quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

26 de janeiro, dia mundial da Educação Ambiental

 

26 de janeiro, dia mundial da Educação Ambiental


O dia mundial da Educação Ambiental é comemorado em 26 de janeiro, data instituída em 1975 pelas Nações Unidas para fomentar uma maior consciencialização sobre a necessidade de proteger o meio ambiente, por meio da educação.

A data surge através da “Carta de Belgrado” elaborada ao final do encontro realizado na Jugoslávia, em 1975, promovido pela UNESCO, conhecido como Encontro de Belgrado.

Este documento sintetiza, com relevante atualidade, todo o marco conceptual das questões ambientais. Mostra que todo cenário já estava delineado, bem como, a forma como deveriam ter sido tratados os problemas e quais as soluções relevantes.

A sua leitura é obrigatória para todos que estejam comprometidos com a preservação do Planeta!

Carta de Belgrado

“A nossa geração tem testemunhado um crescimento económico e um processo tecnológico sem precedentes, os quais, ao tempo em que trouxeram benefícios para muitas pessoas, produziram também sérias consequências ambientais e sociais. As desigualdade entre pobres e ricos nos países, e entre países, estão a crescer e há evidências de crescente deterioração do ambiente físico num escala mundial. Essas condições, embora primariamente causadas por número pequeno de países, afetam toda humanidade.

A recente Declaração das Nações Unidas para uma Nova Ordem Económica Internacional atenta para um novo conceito de desenvolvimento – o que leva em conta a satisfação das necessidades e desejos de todos os cidadãos da Terra, pluralismo de sociedades e do balanço e harmonia entre humanidade e meio ambiente. O que se procura é a erradicação das causas básicas da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição, da exploração e dominação. Não é mais aceitável lidar com esses problemas cruciais de uma forma fragmentária.

É absolutamente vital que os cidadãos de todo o mundo insistam a favor de medidas que darão suporte ao tipo de crescimento económico que não traga repercussões prejudiciais às pessoas; que não diminuam de nenhuma maneira as condições de vida e de qualidade do meio ambiente. É necessário encontrar meios de assegurar que nenhuma nação cresça ou se desenvolva às custas de outra nação, e que nenhum indivíduo aumente o seu consumo às custas da diminuição do consumo dos outros.

Os recursos do mundo deveriam ser utilizados de um modo que beneficiasse toda a humanidade e proporcionasse a todos a possibilidade de aumenta da qualidade de vida.

Nós necessitamos de uma nova ética global – uma ética que promova atitudes e comportamentos para os indivíduos e sociedades, que sejam consonantes com o lugar da humanidade dentro da biosfera; que reconheça e responda com sensibilidade às complexas e dinâmicas relações entre a humanidade e a natureza, e entre os povos. Mudanças significativas devem ocorre em todas as nações do mundo para assegurar o tipo de desenvolvimento racional que será orientado por esta nova ideia global – mudanças que serão direcionadas para uma distribuição equitativa dos recursos da Terra e atender mais às necessidades dos povos.

Este novo tipo de desenvolvimento também deverá requerer a redução máxima dos efeitos danosos ao meio ambiente, a reutilização de materiais e a conceção de tecnologias que permitam que tais objetivos sejam alcançados. Acima de tudo. Deverá assegurar a paz através da coexistência e cooperação entre as nações com diferentes sistemas sociais.

A redução dos orçamentos militares e da competição no fabrico de armas poderá significar um ganho substancial de recursos para as necessidades humanas. O desarmamento deveria ser o objetivo final.

Estas novas abordagens para o desenvolvimento e a melhoria do meio ambiente exigem reordenações das prioridades regionais e a nacionais. As políticas de maximização de crescimento económico, que não consideram suas consequências na sociedade e nos recursos disponíveis para a melhoria da qualidade de vida, precisam ser questionadas.

Antes que essas mudanças de prioridades sejam atingidas, milhões de indivíduos deverão ajustar as suas próprias prioridades e assumir uma ética global individualizada, refletindo no seu comportamento o compromisso para melhoria da qualidade do meio ambiente e da vida de todas as pessoas.

A reforma dos processos e sistemas educacionais é central para a constatação dessa nova ética de desenvolvimento e ordem económica mundial. Governantes e planeadores podem ordenar mudanças e novas abordagens de desenvolvimento e podem melhorar as condições do mundo, mas tudo isso se constituíra em soluções de curto prazo se a juventude não receber um novo tipo de educação. Isto vai requerer um novo e produtivo relacionamento entre estudantes e professores, entre a escola e a comunidade entre o sistema educacional e a sociedade.

A Recomendação 96 da Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano nomeia o desenvolvimento da Educação Ambiental como um dos elementos mais críticos para que se possa combater rapidamente a crise ambiental do mundo. Esta nova Educação Ambiental deve ser baseada e fortemente relacionada aos princípios básicos delineados na Declaração das Nações Unidas na Nova Ordem Econômicas Mundial.

É dentro desse que devem ser lançadas as fundações para um programa mundial de Educação Ambiental que possa tornar possível o desenvolvimento de novos conceitos e habilidades, valores e atitudes, visando a melhoria da qualidade ambiental e, efetivamente, a elevação da qualidade de vida para as gerações presentes e futuras.”

retirado de https://observatorio-eco.jusbrasil.com.br/noticias/803674916/26-de-janeiro-dia-mundial-da-educacao-ambiental

Material online foca em educação ambiental e proteção da camada de ozono

 

Material online foca em educação ambiental e proteção da camada de ozono

ONU News
24 de janeiro de 2022 - Clima e Meio Ambiente

NASA
Em setembro de 2018, era este o aspeto do buraco na camada de ozono.

Professores podem consultar kits de preparação oferecidos pelo Pnuma; série em quadrinhos em diferentes formatos são destinados a alunos pré-adolescentes; agência da ONU ainda vai lançar um exclusivo para adolescentes.  

A Secretaria de Ozono do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, apresentou o primeiro material online para professores e alunos pré-adolescentes. 

As novas ferramentas oferecem recursos de animação e jogos para educação sobre a proteção da camada de ozono e do meio ambiente. 

Crise

Os livros de exercícios são para alunos entre 8 e 12 anos. Em breve, a segunda etapa deverá ser especialmente dedicada a grupos da faixa etária seguinte.   

A plataforma de educação do Pnuma destaca a série de histórias Reset Earth, ou reiniciar a Terra, em tradução livre. Os protagonistas Knox, Terran e Sagan são os novos personagens das aventuras para melhorar a consciência dos utilizadores. 

Banco Mundial/Boris Rumenov Balabanov
Pnuma defende que restaurar a camada de ozono danificada e devolvê-la aos níveis anteriores a 1980 serão necessárias décadas

Para a chefe executiva do secretariado, Meg Seki, as narrativas sobre a camada de ozono e o Protocolo de Montreal oferecem esperança para a geração mais jovem num momento de crise climática aguda.  

Uma das ideias na conceção do material foi atender à crescente demanda por material didático virtual. Por isso, os kits foram adaptados para impressão e os episódios publicados em formato de quadrinhos para acesso universal. 

Estratosfera  

Na primeira fase, o material introduz a ciência ambiental para ajudar a educar, aumentar a consciência e inspirar ações entre jovens sobre a importância da camada de ozono e a necessidade contínua de protegê-la. A próxima será especialmente para adolescentes e está em desenvolvimento para lançamento em breve.

Unsplash/Gordon Lau
Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozono resulta da Convenção de Viena

O material faz parte das medidas que vêm sendo lançadas, há cerca de 40 anos, na sequência do alerta sobre o desgaste do escudo invisível a 15 a 35 km acima da superfície da Terra. A camada do gás presente na estratosfera protege os humanos, os animais, as plantas e os ecossistemas da radiação ultravioleta. 

O buraco de ozono cresceu com as emissões de substâncias presentes em produtos como latas de aerossol, frigoríficos, ar condicionado, espumas isolantes, extintores de incêndio, solventes e muitos outros produtos. 

Depois do alerta de cientistas, líderes mundiais e políticos mobilizaram-se com ações contra os CFC e outras substâncias que destroem a camada de ozono ao nível global. Como parte dessas medidas foi adotado o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozono, em 1987.  

Camada

O tratado endossado por pelo menos 197 nações e a União Europeia é considerado um dos que teve maior sucesso em todos os tempos na área ambiental.  

O Pnuma ressalta que a eliminação gradual das substâncias que destroem a camada de ozono também contribuiu significativamente para conter as mudanças climáticas, pela grande potência da poluição causada pelos gases de efeito estufa. 

A agência reconhece, no entanto, que para restaurar a camada de ozono danificada e devolvê-la aos níveis anteriores a 1980 serão necessárias décadas de vigilância e proteção constantes por parte da comunidade do Protocolo de Montreal e das gerações futuras.

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2022/01/1777372?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=4f59e36d9d-EMAIL_CAMPAIGN_2022_01_25_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-4f59e36d9d-107783233


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Camada de gelo da Groenlândia recua pelo 25º ano consecutivo

 

Camada de gelo da Groenlândia recua pelo 25º ano consecutivo

ONU News

07 de jan 2022 - Clima e Meio Ambiente
Unicef/Vlad Sokhin
Derretimento em junho foi maior do que a acumulação verificada no inverno

As alterações devem-se à aceleração das mudanças do clima; a agência da ONU registou o começo do verão frio e úmido, queda de neve pesada e atraso de fusão; onda de calor em junho causou perda considerável de gelo.

A camada de gelo da Groenlândia perdeu cerca de 166 bilhões de toneladas de massa até agosto passado.

2021 marcou o 25º ano consecutivo de retrocesso na principal estação da região do Polo Norte. O derretimento foi maior do que a acumulação verificada no inverno.

Perda 

A camada de gelo da Groenlândia perdeu cerca de 166 mil milhões de toneladas de massa até agosto passado.

2021 marcou o 25º ano consecutivo de retrocesso na principal estação da região do Polo Norte. A fusão foi maior do que a acumulação verificada no inverno.

Em relatório, a Organização Meteorológica Mundial, OMM, revela que a onda de calor ocorrida no final de julho causou uma perda considerável.


Unsplash/Annie Spratt
Icebergs na Groenlândia, onde o derretimento das camadas de gelo está se acelerando.

Pela primeira vez choveu numa estação localizada no topo de uma calote polar a 3.200 metros de altitude. 

Além disso, no ano passado houve um retrocesso rápido da calote Sermeq Kujalleq, conhecida por Ilulissat.

Os dados foram recolhidos pelo serviço dinamarquês de monitoramento do Portal Ártico Polar, que colabora no relatório anual Estado do Clima da OMM.

Nevões

A chegada tardia da estação do derretimento deveu-se ao início frio e húmido do verão. No último mês de junho ocorreram nevões excepcionalmente fortes e demorados.

A camada de gelo perdida na temporada inclui a massa de superfície líquida de aproximadamente 396 mil milhões de toneladas. Foi o 28º nível mais baixo registado em 41 anos.

O relatório Polar atribui as alterações rápidas à aceleração das mudanças climáticas.

O relatório também observa que o frio do início do verão pode ter sido causado pelas condições no sudoeste do Canadá e no noroeste dos Estados Unidos.

Nesses territórios, formou-se um enorme sistema de alta pressão de “bloqueio” em formato da letra Ômega, a última do alfabeto grego.

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2022/01/1775822?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=3ff9e2d358-EMAIL_CAMPAIGN_2022_01_08_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-3ff9e2d358-107783233


Unesco promove evento global sobre água em megacidades

 

Unesco promove evento global sobre água em megacidades

ONU News

11 jan 2022 - Clima e Ambiente

Unicef/Christopher Herwig
Globalmente, cerca de 2 bilhões de pessoas consomem água contaminada.

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura reúne 2 mil representantes do setor online para discutir soluções; a agência lembra que as grandes cidades continuam a crescer; dados apontam que, até 2030, 60% da população mundial viverá em áreas urbanas. 

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, promove nesta semana a Conferência Internacional sobre Água, Megacidades e Mudança Global. 

O evento online deve reunir mais de 2 mil participantes e procura soluções para o acesso global à água, que se torna preocupante, especialmente nas zonas urbanas.

Banco Mundiaç/Arne Hoel
Unesco promove Conferência Internacional sobre Água, Megacidades e Mudança Global

Desafios 

A agência acredita que a diversidade de conhecimento e de recursos técnicos e financeiros existentes nas megacidades são uma oportunidade para criar soluções inovadoras e garantir o acesso à água e ao saneamento para todas as populações. 

De acordo com o secretário do Programa Hidrológico Intergovernamental da Unesco, Abou Amani, o encontro reunirá os atores do setor para construir soluções aos desafios relacionados à água que as megacidades enfrentam, especialmente com as mudanças climáticas e a pandemia. 

Abou Amani reforça que o trabalho realizado nesta conferência ecoa a principal prioridade da Divisão de Ciências da Água da Unesco: usar a ciência para alcançar um mundo com água segura para todos. 

Crescimento 

De acordo com a Unesco, até 2030, mais de mil milhões de pessoas devem viver em, aproximadamente, 100 grandes cidades e 60% da população mundial viverá em áreas urbanas.  

Atualmente, a proporção da população urbana em algumas regiões já ultrapassa 70% e a projeção é que o crescimento populacional nas próximas décadas seja maior nesses locais, particularmente nas regiões com mais de 10 milhões de habitantes.  

A Unesco lembra que as megacidades são encontradas em todos os continentes, exceto na Oceania. Elas cobrem diversas áreas geográficas com uma ampla gama de climas e geralmente estão localizados perto de rios, lagos ou mares.

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2022/01/1775972?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=c0488f2da7-EMAIL_CAMPAIGN_2022_01_12_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-c0488f2da7-107783233


quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Agências usam ciência nuclear para combater doença da banana na América do Sul

 

Agências usam ciência nuclear para combater doença da banana na América do Sul

ONU News

04 de janeiro de 2022
Foto: FAO/Fazil Dusunceli
O TR4 danifica as raízes e os caules da planta e, embora não seja prejudicial à saúde humana, pode levar a 100% de perdas da produtividade

Mais de 84% das bananas são produzidas por pequenos agricultores e fornecidas para os mercados domésticos, enquanto 16% da safra são destinadas para exportação; fungo afeta produção de plátanos e banana; parceria de países andinos com AIEA e FAO já rende frutos.

Uma doença considerada a mais letal para plantações de bananas no mundo está a espalhar-se rapidamente pela América Latina e a afetar exportações da banana Cavendish, uma das mais vendidas no globo.

A doença é causada pelo fungo, Fusarium, e afeta a produção de diversas variedades de plátanos e bananas. As perdas podem chegar a 100% após danos nas raízes e nos caules da planta.


Foto: Kate Bacungco/Banco Mundial
A parceria da AIEA com a FAO e os países ajuda a detectar e vigiar a resistência genética do patógeno e a formular maneiras de gerenciar o problema

Mercados domésticos

Para tentar reverter o quadro, a Agência Internacional de Energia Atómica, AIEA, e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, estão a utilizar a ciência nuclear no combate e na prevenção da doença.

O chefe da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse que a agência já sabia dos problemas quando a comunidade andina pediu ajuda.

A banana é a base alimentar de muitas regiões, especialmente nas camadas mais pobres. Os produtores contam com as colheitas para sobreviver. Mais de 84% das bananas são cultivadas por pequenos agricultores que abastecem os mercados domésticos. Já 16% da safra vão para exportação.

Pnud SGP Panama/Andrea Egan
Doença considerada a mais letal para plantações de bananas no mundo está a espalhar-se rapidamente pela América Latina

Desemprego

A FAO lembra que a banana Cavendish representa 47% de toda a produção global e quase metade de toda a exportação da fruta. A ameaça às plantações é também um risco de desemprego para muitas pessoas. 

Na Indonésia, as perdas calculadas com a doença somam US$ 121 milhões. Já a Colômbia, o quinto maior exportador de banana do mundo, pode ver desaparecer 30 mil postos de trabalho e US$ 800 milhões em exportações por ano, se a doença não for controlada.

Em agosto, uma reunião de países andinos como a Bolívia, Equador, Peru e a Colômbia, chamou a atenção para a persistência da propagação do Tropical Race 4, a última variante da doença, que foi detetada no Peru, no início deste ano. Ali, 80 hectares de terra foram afetados, já na Colômbia, o número chega a 250. Com as técnicas nucleares é possível neutralizar a área da contaminação.

Foto: Irin/David Gough
Doença preocupa países e comunidades onde a produção de banana é uma fonte crítica de alimentos, renda familiar e receitas de exportação

Sequenciamento de DNA

O TR4 é um patógeno que nasce no solo e pode sobreviver por décadas a destruir plantações saudáveis e a espalhar a doença. Este patógeno foi encontrado em 20 países durante a década passada.

A parceria da AIEA com a FAO e os países ajuda a detetar e vigiar a resistência genética do patógeno e a formular maneiras de gerenciar o problema. 

A especialista da AIEA, Najat Mokhtar, explica que através da irradiação é possível modificar o material da planta e desenvolver as variedades resistentes à doença usando uma técnica de PCR ou sequenciamento do DNA.

A AIEA segue com estudos da célula e da composição do tecido para acelerar a resistência genética na banana, que é a base da resposta rápida para o gerenciamento do fungo.

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2022/01/1775142?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=959b661c72-EMAIL_CAMPAIGN_2022_01_05_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-959b661c72-107783233


terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Ano Internacional procura proteger e recuperar destinos de montanhas

 

Ano Internacional procura proteger e recuperar destinos de montanhas

ONU News

03 de janeiro de 2022

Nimsdai / Sandro
Alpinista nepalês e sua equipe juntaram 500 kg de lixo no Monte Manaslu do Nepal, a oitava montanha mais alta do mundo

Programa Mundial para o Meio Ambiente, Pnuma, revela que quase todos os turistas em regiões montanhosas já presenciaram lixo abandonado; durante a Covid-19, proliferam máscaras e tubos de álcool em gel; iniciativa para limpeza conta com montanhista nepalês Nirmal Purja; 500 kg de resíduos retirados em apenas uma visita.

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2022 como o Ano Internacional do Desenvolvimento Sustentável das Montanhas. 

A resolução quer aumentar o conhecimento sobre a importância de preservação dos ecossistemas.

Elite Exped and Nimsdai
Programa Mundial para o Meio Ambiente, Pnuma, nomeou o alpinista nepalês Nirmal Purja como embaixador das Montanhas

Turismo

De acordo com o Programa Mundial para o Meio Ambiente, Pnuma, durante a pandemia, subiu o número de turistas a montanhas e locais remotos.

Uma pesquisa com 1.750 turistas de áreas montanhosas de 74 países revelou que 99,7% deles já viram lixo e resíduos. A maior parte era plástico, lixo orgânico e papel ou papelão, especialmente em trilhos, perto de estacionamentos e locais de descanso.

Ainda de acordo com a pesquisa, 60% notaram um aumento no lixo nos últimos cinco anos, enquanto mais de 75% identificaram máscaras ou frascos de desinfetante para as mãos. 

Ação

Para conscientizar os viajantes, o Programa Mundial para o Meio Ambiente, Pnuma, nomeou o alpinista nepalês Nirmal Purja como embaixador das Montanhas. 

Durante a visita ao Monte Manaslu do Nepal, a oitava montanha mais alta do mundo, Purja e sua equipe limparam pilhas de lixo, incluindo cordas e recipientes de oxigénio, deixados por outros alpinistas. 

Eles juntaram 500 kg de lixo e agora procuram fazer o mesmo noutro local: o Monte Everest. O grupo ainda deve passar pelo K2, no Paquistão, e Ama Dablam, também no Nepal.

Elite Exped and Nimsdai
Programa Mundial para o Meio Ambiente, Pnuma, nomeou o alpinista nepalês Nirmal Purja como embaixador das Montanhas

Degradação

A iniciativa é importante porque, segundo o Pnuma, embora pareçam imponentes, os ecossistemas das montanhas são frágeis. O lixo é uma ameaça para a vida selvagem e polui a água, representando um risco para a saúde das comunidades. 

O especialista em ecossistemas de montanha do Pnuma, Matthias Jurek, afirma que a pandemia é uma oportunidade para repensar o turismo de montanha e os seus impactos sobre os recursos naturais

Para ele, é preciso promover um turismo mais sustentável nas regiões montanhosas para prevenir, travar e reverter a sua degradação. Feito corretamente, o turismo de montanha pode ajudar as comunidades de montanha a levar vidas mais sustentáveis.

Atitudes

Especialistas consultados pela agência da ONU dizem que aumentar a conscientização sobre as consequências da poluição das montanhas é crucial para limpar as encostas do mundo. 

O Comité Olímpico Internacional, COI, o Pnuma e federações de desportos de montanha, lançaram 10 etapas para ser um herói da montanha, um guia prático sobre como os visitantes podem reduzir a sua pegada ambiental. 

Confira:

Guia prático para montanhistas

  1. Escolha hospedagens ecológicas – pesquise locais que respeitem políticas ambientais
  2. Escolha roupas e equipamentos adequados – adquira itens sustentáveis e que possam ser reparados em caso de dano
  3. Reutilize – tente fazer a sua viagem sem plásticos descartáveis
  4. Diminua a sua pegada de carbono no transporte – prefira transporte público, ofereça e peça boleia.
  5. Fique no trilho – mantenha o trajeto desenhado e respeite a vida selvagem
  6. Leve apenas fotos – a natureza é mais bonita na montanha que em casa
  7. Não deixe vestígios – leve toda a sua comida e o lixo embora
  8. Mantenha a água limpa – não use detergente e shampoo em lagos e rios
  9. Compre localmente – apoie comércios locais
  10. Defenda as montanhas – use a sua voz para encorajar a mudança

Soluções

Além das atitudes individuais dos visitantes, o representante do Pnuma acredita que outras medidas devem ser tomadas, como a proibição de plásticos descartáveis. 

Para Jurek, ainda é necessário que seja reduzido o consumo de produtos plásticos e exista mais financiamento e desenvolvimento de alternativas inovadoras, reciclagem e economia circular.

De acordo com dados do Pnuma, a poluição por plástico deve duplicar até 2030, um desenvolvimento potencialmente perigoso para os ecossistemas de montanha sensíveis.

ONU/Eskinder Debebe
Vista do Monte Everest

Monte Everest

Segundo o montanhista nepalês, aumentar a consciência sobre o valor dos ecossistemas de montanha para a humanidade e promover ações e conscientização para protegê-los da poluição é a chave na proteção desses locais.

Em 2019, Purja tirou uma foto do excesso de pessoas no topo do Monte Everest e disse que o lixo estava atornar-se tão comum que estava a esmagar a montanha. 

Segundo ele, em média, os alpinistas deixam oito quilos de lixo, incluindo barracas, tanques de oxigénio, cordas e dejetos humanos, durante a escalada.

Purja espera aumentar a conscientização sobre os danos que o turismo insustentável está a causar às montanhas do mundo. 

Ele afirma que todos precisam agir para fazer uma mudança de comportamento e proteger os picos.

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2022/01/1775162?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=c4a85f48ee-EMAIL_CAMPAIGN_2022_01_04_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-c4a85f48ee-107783233




domingo, 2 de janeiro de 2022

Portugal tem metade das 24 reservas da biosfera em países de língua portuguesa

 

Portugal tem metade das 24 reservas da biosfera em países de língua portuguesa

ONU News

31 de dezembro de 2021 - Clima e Ambiente

© Unesco/Pedro Menezes
Reserva da Biosfera da Ilha de Porto Santo, em Portugal, combina áreas terrestres e marinhas.

Em busca de mais investimento para proteção e recuperação de reservas de biodiversidade, a Unesco marcou 50 anos do programa “o homem e a biosfera”; a iniciativa foi pioneira para preservação de áreas da natureza; neste ano, a agência celebrou criação de fundo para biodiversidade na COP15.

Em celebração dos 50 anos do programa “o homem e a biosfera”, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, promoveu durante todo o ano uma série de iniciativas em busca de mais aliados para proteger uma área de natureza equivalente ao tamanho da China.

São 714 reservas da biosfera, 161 geoparques e 252 sítios do Património Natural reconhecidos pela Unesco, que representam 6% da superfície do planeta. Iniciado em 1971, o programa foi pioneiro em traçar ações para preservação da biodiversidade.

© UNESCO/M & G Therin-Weise
Uma onça-pintada saindo da floresta, no Pantanal, Brasil

Lusofonia

Os países de língua portuguesa reúnem 24 áreas de reservas reconhecidas pela Unesco. Alguns desses sítios são destinos de turismo e todos reúnem uma larga diversidade de fauna e flora. 

Portugal é o país que mais possui reservas, com 12 áreas protegidas. Porto Santo, localizado no arquipélago da Madeira, foi o último a ingressar na lista, em 2020. De acordo com a Unesco, 15 tipos de flora encontrados só existem nesta reserva. 

O local também é a casa da foca mais rara do mundo, a foca-monge do Mediterrâneo, e a tartaruga marinha cabeçuda. 

A sua biodiversidade marinha continua a ser estudada. O turismo é o setor económico mais importante da ilha, com a sua população a quadruplicar durante a alta temporada. 

Em 2022, Portugal deve abrigar a 2ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, pedindo mais compromissos da comunidade internacional para lidar com as ameaças atuais.

Sibbr/José Sabino
Proteção da biodiversidade é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano.

Brasil

Já o Brasil reúne sete reservas, entre elas a Mata Atlântica. Ao lado do Cerrado, esses locais fazem parte da lista da Unesco desde 1993. Como parte das celebrações, a agência entrevistou o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, que recuperou uma área de Mata Atlântica e fundou o Instituto Terra. 

Falando em francês, Salgado conta que hoje, existem um pouco mais de três milhões de árvores, uma floresta recuperada e toda a biodiversidade. Até a onça pintada, espécie ameaçada na Mata Atlântica, está a voltar. 

Ele lembra que descobriu muitas coisas, como uma sequência lógica para plantar árvores, já que as primeiras a serem plantadas precisam ser bem escolhidas. 

Apenas 10% da vegetação original da Mata Atlântica foi mantida. A biosfera corta 17 estados brasileiros, com uma extensão de 3 mil quilómetros. Fica apenas atrás da área Amazónica, importante reserva brasileira.

A mais recente biosfera a entrar nessa lista, em 2017, é o cinturão verde nos arredores de São Paulo, a maior cidade do país. 

A inclusão tem o objetivo de fortalecer a preservação de inúmeros serviços ambientais do local, que garantem fontes seguras de água, estabilizam o clima e filtram o ar poluído.

África

Cabo Verde possui duas áreas de reserva: Fogo e Maio. As duas entraram na lista em 2020. Fogo é a mais jovem e única ilha com atividade vulcânica no sul do arquipélago e o seu ponto mais alto tem 2.829 metros. 

Já Maio é uma reserva principalmente marinha e o lar de várias espécies de tartarugas, peixes, aves e répteis. 

Um dos locais mais áridos de Cabo Verde, Maio possui belas praias que têm atraído um número crescente de turistas nos últimos anos. A maior parte da população da ilha, de cerca de 7 mil habitantes, vive da produção de milho, feijão, melão e sal, bem como do turismo.

Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau contam com uma reserva nos seus territórios. Os países africanos aumentam a lista de 86 áreas de preservação no continente. Elas reúnem diversidade em espécies da fauna e da flora.

Quirimbas, área de proteção moçambicana composta por 11 ilhas, é chamada pela Unesco de “santuário de pássaros”. O local abriga 3 mil espécies florais e uma rica fauna, incluindo elefantes, leões, búfalos e leopardos.

A Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe e o arquipélago Boloma Bijagós, na Guiné-Bissau, também são reservas reconhecidas pela Unesco.

Unesco/Reserva da Biosfera das Quirimbas, Moçambique.
Reserva Quirimbas em Moçambique.

Financiamento

Além das importantes discussões sobre o clima em 2021, durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP26, a 15ª Convenção de Diversidade Biológica, COP15, adotou a Declaração de Kunming.

A criação de um fundo para biodiversidade deve possibilitar a implementação de ações para proteção e recuperação de ecossistemas. 

O governo chinês comprometeu-se com ¥ 1,5 bilhão, aproximadamente US$ 230 milhões. 

Outros países foram convidados a contribuir e o Japão anunciou a ampliação de seu Fundo de Biodiversidade em aproximadamente US$ 17 milhões.

A União Europeia, Reino Unido e uma coligação de instituições financeiras também se comprometeram em proteger e restaurar a biodiversidade por meio de suas atividades e investimentos.

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2021/12/1774842?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=cefc915966-EMAIL_CAMPAIGN_2022_01_01_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-cefc915966-107783233




Resposta à da Adivinha Geológica 4