quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Agências usam ciência nuclear para combater doença da banana na América do Sul

 

Agências usam ciência nuclear para combater doença da banana na América do Sul

ONU News

04 de janeiro de 2022
Foto: FAO/Fazil Dusunceli
O TR4 danifica as raízes e os caules da planta e, embora não seja prejudicial à saúde humana, pode levar a 100% de perdas da produtividade

Mais de 84% das bananas são produzidas por pequenos agricultores e fornecidas para os mercados domésticos, enquanto 16% da safra são destinadas para exportação; fungo afeta produção de plátanos e banana; parceria de países andinos com AIEA e FAO já rende frutos.

Uma doença considerada a mais letal para plantações de bananas no mundo está a espalhar-se rapidamente pela América Latina e a afetar exportações da banana Cavendish, uma das mais vendidas no globo.

A doença é causada pelo fungo, Fusarium, e afeta a produção de diversas variedades de plátanos e bananas. As perdas podem chegar a 100% após danos nas raízes e nos caules da planta.


Foto: Kate Bacungco/Banco Mundial
A parceria da AIEA com a FAO e os países ajuda a detectar e vigiar a resistência genética do patógeno e a formular maneiras de gerenciar o problema

Mercados domésticos

Para tentar reverter o quadro, a Agência Internacional de Energia Atómica, AIEA, e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, estão a utilizar a ciência nuclear no combate e na prevenção da doença.

O chefe da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse que a agência já sabia dos problemas quando a comunidade andina pediu ajuda.

A banana é a base alimentar de muitas regiões, especialmente nas camadas mais pobres. Os produtores contam com as colheitas para sobreviver. Mais de 84% das bananas são cultivadas por pequenos agricultores que abastecem os mercados domésticos. Já 16% da safra vão para exportação.

Pnud SGP Panama/Andrea Egan
Doença considerada a mais letal para plantações de bananas no mundo está a espalhar-se rapidamente pela América Latina

Desemprego

A FAO lembra que a banana Cavendish representa 47% de toda a produção global e quase metade de toda a exportação da fruta. A ameaça às plantações é também um risco de desemprego para muitas pessoas. 

Na Indonésia, as perdas calculadas com a doença somam US$ 121 milhões. Já a Colômbia, o quinto maior exportador de banana do mundo, pode ver desaparecer 30 mil postos de trabalho e US$ 800 milhões em exportações por ano, se a doença não for controlada.

Em agosto, uma reunião de países andinos como a Bolívia, Equador, Peru e a Colômbia, chamou a atenção para a persistência da propagação do Tropical Race 4, a última variante da doença, que foi detetada no Peru, no início deste ano. Ali, 80 hectares de terra foram afetados, já na Colômbia, o número chega a 250. Com as técnicas nucleares é possível neutralizar a área da contaminação.

Foto: Irin/David Gough
Doença preocupa países e comunidades onde a produção de banana é uma fonte crítica de alimentos, renda familiar e receitas de exportação

Sequenciamento de DNA

O TR4 é um patógeno que nasce no solo e pode sobreviver por décadas a destruir plantações saudáveis e a espalhar a doença. Este patógeno foi encontrado em 20 países durante a década passada.

A parceria da AIEA com a FAO e os países ajuda a detetar e vigiar a resistência genética do patógeno e a formular maneiras de gerenciar o problema. 

A especialista da AIEA, Najat Mokhtar, explica que através da irradiação é possível modificar o material da planta e desenvolver as variedades resistentes à doença usando uma técnica de PCR ou sequenciamento do DNA.

A AIEA segue com estudos da célula e da composição do tecido para acelerar a resistência genética na banana, que é a base da resposta rápida para o gerenciamento do fungo.

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2022/01/1775142?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=959b661c72-EMAIL_CAMPAIGN_2022_01_05_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-959b661c72-107783233


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