quinta-feira, 11 de novembro de 2021

COP26: transporte livre de combustíveis fósseis e propostas para texto final

 

COP26: transporte livre de combustíveis fósseis e propostas para texto final

ONU News

10 novembro 2021Clima e Meio Ambiente

    ONU News/Laura Quiñones
Setor dos transportes dependente quase inteiramente de combustíveis fósseis

Setor de transportes, responsável por 25% das emissões globais, apresenta soluções para um futuro mais sustentável; revitalização exige investimento em formas alternativas de transporte coletivo e combustíveis; primeiro esboço de decisões da COP26 pede mais engajamento nacional; ONGs relatam frustração e destacam excesso de palavras versus poucas ações efetivas.

Com a 26ª. Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP26, a entrar na reta final, os temas desta quarta-feira (10/11/21) foram a proposta inicial de decisão e os debates sobre meios de transportes mais sustentáveis.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC, os meios de transportes geram quase um quarto de todas as emissões de gás de efeito estufa. 

ONU News/Yasmina Guerda - Carro elétrico exposto na COP24, na Polônia.


 Mudança de cultura

E segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, este é um setor quase inteiramente dependente de combustíveis fósseis. A quantidade de emissões mais que dobrou desde a década de 70. E os veículos são responsáveis por cerca de 80% desse aumento. 

A ONU News conversou com o representante da ONG 350.org, Peri Dias, que está em Glasgow. Ele explica que a implementação de ações sustentáveis vai além da mudança da fonte energética.

“Nós estamos a falar de mais e melhores linhas de autocarros, linhas de comboio e metro nas cidades, nós estamos a falar de transporte entre as cidades mais eficientes, por meio de trilhos, por exemplo. Nós estamos a falar de estímulo ao uso de bicicleta, a caminhada, ao deslocamento a pé. Tudo isso é fundamental e envolve uma discussão e ações que não dizem respeito somente à tecnologia, mas que dizem respeito ao tipo de cidade que nós queremos, o tipo de sociedade que nós queremos construir”

Peri Dias afirma que a mudança de hábitos de locomoção, especialmente nas cidades, além de ajudar no combate ao aquecimento global ainda pode tornar o trajeto mais agradável.

“Nós temos a oportunidade de construir cidades e sociedades mais inclusivas, mais justas, mas agradáveis até. É bom nós podermos nos locomover de uma maneira agradável também ao invés de ficar preso no trânsito. É nisso que nós temos que pensar quando se pensa em aquecimento global. E sim, limitar os combustíveis fósseis é essencial. Sem limitar o uso de petróleo, gás e carvão e seus derivados nós nunca vamos chegar à limitação do aquecimento que nós precisamos que é de 1 grau e meio”.

    ONU News/Daniel Dickinson
Apesar da recuperação, Unctad afirma que momento ainda é de incertezas.

Fim dos combustíveis fósseis

Um mundo livre de transportes movidos a combustíveis fósseis pode estar a aproximar-se. 

De acordo com debates desta quarta-feira, veículos elétricos, navios de transporte que usam apenas combustíveis sustentáveis e aviões que voam com hidrogénio verde podem sair do universo da ficção em breve, já que muitos governos e empresas relataram estar a investir para que se tornem realidade.

Mais de 100 governos nacionais, cidades, estados e grandes empresas assinaram a Declaração de Glasgow sobre Carros e Autocarros de Emissão Zero. Prevê-se encerrar a venda de motores de combustão interna até 2035 nos principais mercados e em 2040 em todo o mundo. Pelo menos 13 nações também se comprometeram a acabar com a venda de veículos pesados movidos a combustíveis fósseis até 2040.

Salvador

Esforços locais também estão em andamento, como em cidades latino-americanas, incluindo Bogotá, na Colômbia, Cuenca, no Equador, e Salvador, no Brasil, com o objetivo de emissão zero da frota do transporte público até 2035.

“A mensagem para os decisores políticos é: Precisamos de ter certeza de que começamos a normalizar que, em 2035, devemos parar de vender carros a gasolina e diesel. Para autocarros, será antes de 2030; o camião pesado, pode levar algum tempo, 2040. A questão é um calendário sobre opções de emissão zero em todos os segmentos”, disse Monica Araya da iniciativa global Drive Electric Campaign.

Monica Araya deixou claro que, durante a transição, os países em desenvolvimento não devem se tornar lixeira para a tecnologia antiga dos mais ricos e, em vez disso, devem ser vistos como motores de mudanças transformacionais.

“Eu cresci na Costa Rica. Eu lembro-me de ir para a escola num autocarro importado dos Estados Unidos. Essa experiência moldou muito o meu pensamento sobre essa transição. Sei que, por um lado, temos que nos certificar de que transformamos os grandes mercados que produzem camiões, autocarros, automóveis, (mas também) temos que ativar mudanças nesses mercados para que haja um efeito em cascata”, explicou.

Transporte marítimo mais verde

O setor de transporte marítimo também se movimentou hoje, com 200 empresas de toda a cadeia de valor que se comprometeram a dimensionar e comercializar navios e combustíveis com emissão zero até 2030. Eles também pediram aos governos que implementem os regulamentos e a infraestrutura necessária para permitir uma transição justa até 2050.

Enquanto isso, 19 países assinaram a Declaração de Clydebank para apoiar o estabelecimento de rotas marítimas de livres de emissões. Isso significa criar pelo menos seis corredores de emissão zero até meados desta década e os demais em operação até 2030.

“Existem cerca de 50 mil navios mercantes no mundo, por isso é uma grande tarefa, e acho que diferentes partes do transporte marítimo devem movimentar-se em ritmos diferentes. Portanto, ter o compromisso da Declaração de Clydebank para rotas verdes permite que os pioneiros experimentem e provem a tecnologia e, em seguida, reduzam os custos, criem a política, habilitem os ecossistemas que são necessários e, então, outros podem aprender com isso e então seguir”, afirmou a representante da ONU para Mudança Climática, Katharine Palmer, em entrevista à ONU News.

Esses “corredores verdes” significam que os navios que transportam mercadorias em todo o mundo viajariam sem usar combustíveis de hidrocarbonetos e, em vez disso, usariam combustíveis derivados de hidrogénio verde, gerado por energia renovável, eletricidade e outras opções sustentáveis.

“Também inclui o envolvimento com produtores de energia para que eles possam produzir combustível sustentável suficiente. Uma colaboração público-privada com os governos [também será necessária] para estabelecer a legislação necessária”, acrescentou a especialista.

Nove grandes marcas, incluindo Amazon, Ikea, Michelin, Unilever e Patagonia anunciaram que até 2040, planeiam transferir 100% de seu frete marítimo para navios movidos a carbono zero.

    Banco Mundial/Arne Hoel
A Organização Mundial do Turismo informou que 2020 sofreu uma redução de 900 milhões de turistas internacionais entre janeiro e outubro

O desafio da aviação

A indústria de aviação e grandes clientes corporativos também anunciaram uma atualização da sua Coligação “Clean Skies for Tomorrow” (“Céus Azuis para o Amanhã”, em tradução livre), cuja missão é acelerar a adesão de combustíveis sustentáveis na aviação. Até agora, 80 signatários comprometeram-se a aumentar o uso de combustível verde para 10% da demanda global até 2030.

Os “combustíveis verdes” são produzidos a partir de matérias-primas sustentáveis, como óleo de cozinha, óleo de palma e resíduos sólidos e são muito semelhantes em química ao combustível fóssil tradicionalmente usado na aviação.

Se alcançado, isso reduzirá as emissões de dióxido de carbono em 60 milhões de toneladas por ano e proporcionará cerca de 300 mil empregos.

Sobre a energia solar ou elétrica, chefe de aviação do Fórum Económico Mundial, Lauren Uppink, afirma que essas fontes de energia podem ser utilizadas em voos curtos no futuro.

“Haverá uma pequena parte da demanda de energia que contará com novas tecnologias como hidrogénio e bateria, mas longas rotas não são viáveis. Portanto, os combustíveis sustentáveis são nossa única solução para descarbonizar e voar com emissões neutras de carbono”, disse em entrevista à ONU News.

A especialista também anunciou que os primeiros aviões elétricos e movidos a hidrogénio possivelmente começarão a ser implantados em 2030. Ela adicionou que a transição da indústria também pode gerar milhares de empregos verdes nos países em desenvolvimento.

    Pnud/Silke von Brockhausen
António Guterres diz que “2021 é um ano crítico na luta contra a mudança climática”

Mais ambição, por favor

Além dos transportes, a outra grande notícia da conferência foi a publicação da proposta inicial de decisão da COP26 pela Presidência. O documento final deve ser divulgado no fecho da conferência, nesta sexta-feira (12/11/2021).

Pela primeira vez, o texto incluiu a menção de ‘perdas e danos’ e um apelo pelo fim dos subsídios aos combustíveis fósseis.

O esboço do documento ainda pede aos países que reforcem os seus compromissos nacionais e apresentem as suas estratégias para eliminar as emissões de gases de efeito estufa, permitindo manter a meta de aquecimento em até 1.5 grau Celsius.

“Os olhos do mundo estão muito voltados para nós. Portanto, peço que vocês estejam à altura do desafio”, disse o presidente da COP26, Alok Sharma, aos negociadores durante uma plenária informal.

“Todos aceleramos o ritmo esta semana e ainda tenho a intenção de terminar a COP26 no final da sexta-feira, esta sexta-feira para maior clareza!” disse, provocando risos nervosos na sala, já que as negociações da COP26 são conhecidas por se estenderem além de seu dia oficial.

No final do dia, Sharma disse aos jornalistas que o texto, redigido pelo seu escritório, mudará e evoluirá à medida que os países começarem a se envolver nos detalhes, mas o compromisso de acelerar a ação nesta década deve ser “inabalável”.

“Quero ser claro: não pretendemos reabrir o Acordo de Paris. O Acordo de Paris estabelece claramente a meta de temperatura bem abaixo de 2 graus e busca esforços para 1.5 grau”, disse, acrescentando que a Presidência tem como objetivo traçar um caminho através dos três pilares principais de Paris: finanças, adaptação e mitigação.

Ele disse que chegar à versão final do texto seria uma tarefa “desafiadora”, mas ressaltou que há muito risco se um resultado ambicioso não for alcançado. “Todo o mundo sabe o que está em jogo nesta negociação. O que concordarmos em Glasgow definirá o futuro de nossos filhos e netos, e sabemos que ninguém quer dececioná-los”, disse.

    ONU Barbados e Caribe Oriental/Bajanpro
Secretário-geral da ONU, António Guterres, se encontrou com a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley

Sharma citou as palavras da Primeira-Ministra de Barbados, Mia Motley, na semana passada: “Dois graus para o seu país e muitos outros é uma sentença de morte”.

“Estamos a lutar com unhas e dentes para ter um resultado ambicioso, e lembrei aos negociadores que os líderes mundiais estabeleceram ambições na semana passada e precisamos cumprir. [Se isso não acontecer] os negociadores e líderes mundiais terão que olhar as pessoas em seus países e em outros países e explicar por que não conseguimos”, ressaltou.

Sociedade civil

Membros da ONG Climate Action Network disseram que receberam bem a primeira menção de “perdas e danos”, reconhecendo que as comunidades que lidam com os desafios de reconstrução e recuperação após desastres climáticos precisam do apoio do mundo, mas disseram que as palavras do texto eram apenas “bonitinhas”.

“No final das contas, eles não farão diferença para as comunidades, para os pequenos agricultores, para as mulheres e meninas no Sul Global. Este texto ainda não fará nada por aqueles que foram mais atingidos por enchentes fatais, ciclones, secas, aumento do nível do mar”, disse a coordenadora de Política Climática da Actionaid Internacional, Teresa Anderson.

Ela adicionou que o texto é uma “retórica vazia” e que chamar a situação de “urgente” não significa nada sem um compromisso real com a ação.

Emissões

“Se a COP26 não combinar o seu reconhecimento de urgência com uma ação real para enfrentá-la, para atender às necessidades das pessoas na linha de frente da crise, então será em vão. Um texto que cria a ilusão de ação é sem dúvida pior do que nenhum texto”, declarou. Ela acrescentou que as pessoas do mundo estão cansadas de “fingimento” e de “líderes inertes enquanto a devastação está a vir na nossa direção”.

Teresa Anderson ainda afirmou que os líderes mundiais precisam eliminar todos os combustíveis fósseis, não apenas o carvão. Ela também citou que é necessário reconhecer a equidade, exigindo mais dos maiores poluidores e vinculando o apelo à ação, com o financiamento dos países em desenvolvimento.

Finalmente, ela disse que as promessas de emissão zero são um mito usado por poluidores e governos para atrair as pessoas a uma falsa sensação de segurança de que a crise climática está a ser tratada.

 

     Unicef/Radhika Chalasani
Ativista Greta Thunberg em demonstração em Nova Iorque em setembro de 2019

Planeta

“Se arriscarmos tentar ir além da superfície da meta de emissão zero, provavelmente procuraremos em vão por uma transformação sistémica radical em energia, alimentos, transporte e sistemas industriais que são urgentemente necessários para garantir um planeta habitável”, disse.

A ativista ainda disse que, com o rascunho do documento final, os líderes estão ‘ainda nos dececionam” com palavras vazias que não nos estão a levar a atender o “enorme desafio que a humanidade enfrenta”.

“Onde está o apoio para ajudar as pessoas forçadas a recolher os cacos dos desastres climáticos? Onde está a ação para atender toda esta urgência? Onde estão os compromissos para limitar o aquecimento global ou apoiar o financiamento do clima?”, concluiu.

Também hoje, Greta Thunberg e outros jovens ativistas anunciaram no Twitter que enviaram uma carta às Nações Unidas a apresentar uma petição legal ao secretário-geral António Guterres, pedindo que ele declare emergência climática, o que permitiria o envio de recursos e pessoal para os países mais suscetíveis aos desastres da mudança climática.

https://news.un.org/pt/story/2021/11/1770042?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=e7b5c7b7cc-EMAIL_CAMPAIGN_2021_11_11_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-e7b5c7b7cc-107783233

VAMOS FALAR DE GEOLOGIA - CONVERSAS COM O PROFESSOR GALOPIM

 

VAMOS FALAR DE GEOLOGIA - CONVERSAS COM O PROFESSOR GALOPIM


8 videoconferências, com duração de aproximadamente 45 minutos, com um período de apresentação do tema, durante 30 a 40 minutos, aproximadamente, seguida de perguntas e respostas nos restantes minutos, moderadas pelo Museu. Especialmente destinadas aos professores de geologia e de geografia, embora sejam acessíveis à generalidade do público.

PROGRAMA

23 de outubro
Geologia e cidadania
A história da Terra e da vida, envolve conhecimentos que devem interessar ao cidadão, não só para que se saiba situar no todo natural e, assim, compreender e abraçar os problemas de defesa do ambiente e da conservação da Natureza, mas também, para poder participar conscientemente nas decisões dos políticos, em sectores que dizem respeito à qualidade de vida material e intelectual da sua geração e da dos vindouros.

30 de outubro
O granito na ciência e na cultura
Granito é um nome antigo, que toda a gente conhece e sabe dizer, de cor, que é uma rocha formada por quartzo, feldspato e mica”, mas é mais do que isso. Surgido no século XVI, designa o conjunto das rochas mais abundantes nos continentes e da maior importância, quer no campo científico quer no da vida dos povos.

6 de novembro
Geologia e sociedade
É neste “planeta azul” que, desde sempre, reside tudo o que temos: o ar que respiramos, a água que bebemos, o chão que pisamos e nos dá o pão, as rochas e os minerais de que necessitamos. E só com isto que, por ora, contamos para viver. É, pois, fundamental conhecer melhor esta "nossa casa” e, aqui, a geologia tem papel fundamental, papel que sempre condicionou a sociedade.


13 de novembro
A energia que nos vem do Sol
Numa muito simples abordagem, alude-se, não só à energia que aquece diretamente tudo o que fica exposto ao Sol ou à que se concentra nos painéis fotovoltaicos da modernidade, mas também à que se liberta na combustão da lenha, dos carvões, dos derivados do petróleo, do gás natural e à que nos chega a casa, vinda das barragens hidroelétricas. Alude-se, ainda, à energia despendida no trabalho físico dos animais ao nosso serviço e ao nosso próprio trabalho intelectual.


20 de novembro
O chão que nos dá o pão. Uma conversa sobre solos
Expostas aos agentes atmosféricos as rochas sofrem meteorização. Forma-se, assim, o manto ou capa de alteração. Sempre que esse manto permite a ocupação vegetal e com ela todo um cortejo de seres vivos e de matéria orgânica, tem lugar a formação do solo. O solo nasce, assim, como um corpo natural, complexo e dinâmico, constituído por elementos minerais e orgânicos. Tem vida vegetal e animal própria, está sujeito à circulação da água e do ar e funciona como recetor e redistribuidor de energia.

27 de novembro
Tectónica de placas, uma história que vem de longe
Se representarmos um ano por um degrau, temos de subir mais de 2260 degraus para chegarmos ao conhecimento que hoje temos sobre a tectónica de placas.
De Eratóstenes, o astrónomo grego, da Antiguidade, aos geólogos e geofísicos dos anos 60 do século passado, por Ortel, Snider-Pellegrini, Suees, Wegener e tantos outros, esta fabulosa teoria, não só globalizou as ciências que estudam a Terra, como explica de maneira integrada muitos dos seus capítulos.

4 de dezembro
Vamos falar de vulcões, uma introdução ao vulcanismo
Expressões visíveis do magmatismo terrestre, os vulcões, uns ativos outros mortos ou adormecidos, acompanham a história da humanidade, muitas vezes com efeitos trágicos. Diferentes uns dos outros na forma e no tipo de atividade, o seu estudo, ao longo de séculos, deu nascimento a um vasto e complexo capítulo da geologia.

11 de dezembro
Vulcanismo e tectónica de placas
A par das diversas manifestações do movimento relativo das placas litosféricas (nascimento e alastramento dos oceanos, elevação das montanhas e sismos) o vulcanismo tem lugar, sobretudo nas fronteiras de placas divergentes, ou seja, nos riftes, e nas das placas convergentes, ou seja, nas zonas de subducção. dois tipos de ambiente tectónico que determinam atividades próprias e diferentes litologias a que dão nascimento.
 

Hora: 18h00

Lotação: 50 participantes 
Link ZOOM apenas fornecido aos inscritos

LOTAÇÃO ESGOTADA EM TODAS AS SESSÕES

Assista em direto no YouTube do MUHNAC 




quarta-feira, 10 de novembro de 2021

FAO: Desenvolvimento sustentável nas indústrias de sementes é vital

 

FAO: Desenvolvimento sustentável nas indústrias de sementes é vital

ONU News
8 novembro 2021

    Pnuma/Lisa Murray
Sementes são chave para o incremento de 50% na produção agrícola

Unidades são chave para o incremento de 50% na produção agrícola, afirma Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO; o aumento no volume é necessário para alimentar a crescente população mundial, estimada em 10 biliões até 2050

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, reuniu líderes na Conferência Global sobre Desenvolvimento Verde das Indústrias de Sementes para discutir a produção de alimentos de forma sustentável.

De acordo com a FAO, os agricultores devem ter acesso a sementes resistentes, principalmente com a mudança climática, para garantir o aumento em 50% na produção de alimentos. O volume adicional será necessário para alimentar uma população que poderá chegar a 10 biliões de pessoas até 2050.

 

    Banco Mundial/Quy-Toan Do - Aumento no volume é necessário para alimentar a crescente população mundial, estimada em 10 bilhões até 2050

Sementes e agricultura verde

O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, afirmou que a única maneira de atingir essa meta é aumentar a produtividade da safra por meio da ciência e da inovação.

Ele acrescentou que não há boas colheitas sem sementes de qualidade, já que elas são a base dos sistemas agroalimentares. Qu Dongyu lembrou que contamos com grãos para produzir alimentos, rações, fibras e combustível.

O líder da FAO também destacou que a agricultura verde é resiliente ao clima, apoiada pela inovação para garantir que os sistemas alimentares possam aumentar os seus benefícios, ao mesmo tempo em que emitem menos gases de efeito estufa, é fundamental para a sustentabilidade.

 

   Pnud Lebanon/Dalia Khamissy - Uma cooperativista síria planta sementes no viveiro de agricultores em Akkar, no norte do Líbano

Prioridades

A Conferência é a terceira de uma série que teve início em 1999 no Reino Unido. A segunda edição, em 2009, foi recebida na sede da FAO, em Roma. O evento concentra-se em quatro prioridades.

Entre os objetivos está aumentar a consciencialização sobre as contribuições das indústrias de sementes para a inovação verde e produção agrícola sustentável, promover cooperação entre setores e partilha de conhecimento e informação.

O grupo também busca compromisso na mobilização de recursos científicos, técnicos e financeiros para fortalecer os sistemas de sementes e encorajar debates construtivos sobre inovação, pesquisa e desenvolvimento, vistos como os principais motores para melhorar as variedades de culturas.

Agenda 2030

O diretor-geral da FAO lembrou que temos “apenas nove colheitas pela frente antes de alcançarmos a Agenda 2030” e que a FAO está empenhada em aproveitar o impulso gerado pelo evento para transformar as evidências fornecidas em ações.

Ele reforçou que os governos são fundamentais para erradicar a fome e devem lançar ações nacionais de sementes para fortalecer a cadeia de valor do setor.

Qu Dongyu reforçou o apoio da entidade às lideranças nacionais no desenvolvimento e implementação de políticas, regulamentos e leis para criar previsibilidade e fomentar a confiança nos sistemas de sementes, acrescentou.


Proteção da saúde contra efeitos da mudança climática esbarra em financiamento

 

Proteção da saúde contra efeitos da mudança climática esbarra em financiamento

ONU News
8 novembro 2021

    Foto: Unsplash/Andre
as Felske
Queima de combustíveis emite muitos poluentes prejudiciais à saúde.

Levantamento da Organização Mundial da Saúde, OMS, mostra que apenas 25% dos países foram capazes de colocar em prática estratégias para proteger saúde da população dos efeitos da mudança climática; por outro lado, 77% das nações têm planos nacionais neste sentido, mas não têm verbas. 

Apenas 25% dos países que participaram de uma análise da OMS conseguiram implementar ações para proteger a saúde da população dos efeitos da mudança climática.

A agência da ONU explica que 77% das nações avaliadas já desenvolveram ou estão a criar planos que unem saúde e mudança climática. Mas a falta de financiamento impede que as estratégias sejam de facto colocadas em prática. 

Ponto focal

 

    PATH - Profissional de saúde examina crianças em Mkaka, no Malauí, para determinar se elas são elegíveis para a vacina contra malária

Além de não terem dinheiro, os países citam também o impacto da Covid-19 e recursos humanos insuficientes para que as estratégias sejam implementadas. 

A Pesquisa Global da OMS sobre Saúde e Mudança Climática deste ano revela que 85% dos países já têm um ponto focal para o assunto dentro do Ministério da Saúde. Além disso, quase todas as nações pesquisadas incluíram a questão da saúde nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas, CNDs.  

Para a diretora de Meio Ambiente, Mudança Climática e Saúde da OMS, a pesquisa mostra “que muitos países estão despreparados e sem apoio para lidar com os impactos da mudança climática na saúde”.

Poluição do ar 

 

     Foto: ADB/Ariel Javellana - Emissões com a queima de carvão contribuem para a poluição em Ulaanbaatar, na Mongólia.

Maria Neira está na COP26, em Glasgow, para “garantir que juntos, os países possam fazer um trabalho melhor em proteger as pessoas das maiores ameaças à saúde humana”.

A especialista da OMS dá um exemplo: quase 80% das mortes causadas pela poluição do ar poderiam ser evitadas se os níveis atuais de poluição fossem reduzidos, seguindo as recomendações da agência da ONU.

A pesquisa aponta ainda que minorias étnicas, comunidades mais pobres, migrantes e deslocados internos, idosos e muitas mulheres e crianças são os grupos que mais precisam de proteção. 

Aproximadamente metade dos países reportaram que a pandemia de Covid-19 causou uma lentidão nos progressos de combate à mudança climática, sendo que a situação continua a ameaçar a capacidade das autoridades de saúde em planearem e se prepararem para os choques climáticos. 

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2021/11/1769592?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=b4f37bbbcd-EMAIL_CAMPAIGN_2021_11_09_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-b4f37bbbcd-107783233


Comemoração do 45º aniversário da APG: Mudanças Climáticas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: o papel fundamental das Geociências (Mesa Redonda Virtual )

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Resposta à da Adivinha Geológica 4