quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Vénus pode ter vulcões ativos. A confirmar-se, é o único planeta além da Terra


Observador

Eduardo Caetano, 04 jan 2020, 15:52

    Vénus pode ser o único planeta principal, além da Terra, a ter vulcanismo ativo na atualidade. Getty Images

Cientistas cruzaram dados de laboratório com medições de uma sonda da ESA (Agência Espacial Europeia) e descobriram que Vénus pode ter vulcões ativos como a Terra. Lava pode ter poucos anos, sugere estudo.
Uma equipa de astrofísicos diz ter encontrado provas científicas de que há vulcões ativos na superfície do planeta Vénus. O estudo, publicado esta sexta-feira, 04 de janeiro, na revista científica Science Advances, é da Universities Space Research Association, uma associação privada de universidade com programas de investigação na área do espaço.
A confirmarem-se estes dados, Vénus é o único planeta principal além da Terra a ter vulcanismo ativo na atualidade. Entre as luas do Sistema Solar, só mesmo Io, um satélite natural que orbita Júpiter, tem vulcões que expelem lava vinda de uma camada magmática debaixo da superfície do corpo celeste. Marte também já teve vulcanismo ativo — é aqui que fica o maior vulcão do Sistema Solar, o Monte Olimpo, com 27 quilómetros de altura — mas cessou há milhões de anos.
Segundo um artigo de divulgação do estudo publicado na página Phys.org, os cientistas recriaram a atmosfera de Vénus em laboratório para descobrir como é que os minerais reagem às características do planeta. Foi assim que descobriram que a olivina, um mineral que existe em abundância na rocha magmática basalto, se exposta a temperaturas de 900ºC durante até um mês, fica revestido em poucas semanas por magnetite e hematite, minerais ricos em óxido de ferro e com uma cor vermelha muito escura que são difíceis de detetar.
Depois, os investigadores compararam esses resultados com os dados obtidos ao longo dos anos pela sonda Venus Express, desenvolvida pela Agência Espacial Europeia para a sua primeira missão espacial ao planeta. Essa sonda detetou sinais de olivina na superfície de Vénus, indicando que ela se devia ter formado há muito pouco tempo — ou então já estaria “escondida” pelos minerais escuros que a sonda não consegue encontrar.
Esta sugestão, aliada ao facto de os investigadores já terem encontrado altas emissões de luz visível e próxima do infravermelho em vários locais da superfície venusiana em 2010; e de atmosfera de Vénus ser muito rica em dióxido de enxofre — um produto das erupções vulcânicas —, levou esta equipa a sugerir que os “fluxos de lava em Vénus são muito jovens” e que podem ter “apenas alguns anos de idade”.
Segundo Justin Filiberto, o cientista que liderou esta investigação, “se Vénus for realmente ativo hoje, seria um ótimo lugar para visitar e entender melhor o interior dos planetas”. “Poderíamos estudar como os planetas arrefecem e porque é que a Terra e Vénus têm vulcanismo ativo, mas Marte não”, justificou.

Hora da Adivinha Geológica 19/20 - 4

Hora da Adivinha Geológica 19/20 - 4

Chegou a hora de mais uma adivinha geológica. Confere o resultado e o vencedor da adivinha anterior e tenta a tua sorte neste novo desafio.



Sismo de magnitude 7,7 nas Caraíbas. Afastado perigo de Tsunami



JM Madeira

Artigo | 28/01/2020 21:47



Um sismo de 7,7 no mar das Caraíbas, levantou esta terça-feira um alerta de tsunami que foi afastado pouco depois. O sismo foi sentido até em Miami, nos Estados Unidos.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) deu conta de um sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter, com epicentro no mar das Caraíbas, a 125 quilómetros da cidade de Lucea, na Jamaica.
O sismo ocorreu às 14h10 (hora local, 19h10 em Lisboa) desta terça-feira (28 de janeiro), a uma profundidade de 10 quilómetros e a uma distância equivalente das costas marítimas do sudeste de Cuba (80 km) e do extremo noroeste da Jamaica (125 km).
O USGS deu conta de relatos de pessoas que sentiram o sismo no centro de Miami, nos Estados Unidos, onde alguns edifícios foram evacuados. As autoridades locais anunciaram a criação de centros de resposta ao incidente.
O centro de alertas de tsunami PTWC dava indicação de que seria possível a chegada de ondas de até um metro de altura acima do nível da maré nas costas de Belize, Cuba, Honduras, México, Ilhas Caimão e Jamaica. Porém, pouco mais de uma hora depois, o alerta foi levantado, tendo o risco de tsunami diminuído.

Sismo mata pelo menos 35 pessoas na Turquia



Abalo foi sentido a mais de mil quilómetros de distância do epicentro, em vários países europeus e do Médio Oriente.

PÚBLICO 

24 de Janeiro de 2020, 18:49 atualizado a 25 de Janeiro de 2020, 17:06


Sismo teve magnitude estimada de 6,8 na escala de Richter LUSA/STR



Pelo menos 35 pessoas morreram depois de um sismo de magnitude estimada entre 6,8 e 6,9 graus na escala de Richter que atingiu a região oriental da Turquia por volta das 20h55 locais (17h55 em Portugal continental) desta sexta-feira. O balanço atualizado de vítimas foi feito pela proteção civil turca este domingo, embora prossigam ainda os trabalhos de resgate para salvar pessoas que se encontrem debaixo dos escombros.
O forte abalo, com epicentro na província de Elazig, a 218 quilómetros da cidade de Gaziantep, foi sentido em vários países da Europa e do Médio Oriente, incluindo a Grécia, Bulgária, Rússia, Geórgia, Arménia, Chipre, Síria, Líbano, Israel, Iraque, Irão e Egipto.



Para além das 35 mortes confirmadas, há registo de mais de 1600 feridos e de várias pessoas desaparecidas entre os escombros das suas casas. Os feridos foram atendidos em hospitais da zona, permanecendo uma centena em tratamentos e, destes, cerca de 30 nos cuidados intensivos.
A imprensa turca divulgou imagens de danos consideráveis em zonas urbanas da região, nomeadamente na cidade de Elazig, onde vários prédios ruíram. Também há registo de mortes e de danos graves na província de Malatya.
Várias equipas de resgate de regiões vizinhas foram enviadas para as áreas mais afetadas, e a proteção civil turca trabalhou durante a noite de sexta-feira debaixo de holofotes, e o mesmo se passou durante este sábado e domingo. As equipas de salvamento trabalham desde a altura em que se registou o sismo para retirar as pessoas dos escombros, tendo já conseguido resgatar 45. Entre os resgatados encontrava-se uma criança de dois anos e meio que foi retirada das ruínas da sua casa, 24 horas depois do abalo, tendo a sua mãe sido recuperada quatro horas mais tarde, estando ambos bem.
Contudo, mais de 36 horas após o terremoto, e como as temperaturas a descerem até aos -10°C à noite, as esperanças de serem encontrados sobreviventes vão diminuindo.
O ministro da Defesa, Hulusi Akar, afirmou que as tropas turcas estão prontas a ajudar em caso de necessidade. Já o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogandisse através do Twitter que todas as medidas de segurança estavam a ser ativadas para “garantir a segurança dos cidadãos”, acrescentando que os ministros do Interior, da Saúde e do Ambiente foram enviados para a província de Elazig.
Tanto as forças armadas turcas como organizações civis de assistência humanitária já decretaram o envio de meios para a zona. O maior desafio neste momento é posto pelo facto de milhares de pessoas não poderem voltar às suas casas em segurança, uma vez que os edifícios podem ter ficado seriamente danificados. As temperaturas médias de Janeiro no Leste da Turquia descem a valores negativos durante a noite. A prioridade é, por isso, a disponibilização de tendas, camas e mantas. Segundo as autoridades, mais de 15 mil pessoas estão alojadas em ginásios e escolas, e mais de 5000 tendas foram montadas na cidade para acomodar os habitantes.
Elazig fica a cerca de 750 km a leste da capital do país, Ancara. A Turquia situa-se na confluência de várias placas tectónicas e é por isso um país com elevada atividade sísmica. Em Agosto de 1999, um abalo com epicentro a sul de Istambul matou mais de 17 mil pessoas. Em 2011, 523 pessoas morreram noutro sismo na cidade de Van, a cerca de 100 quilómetros a norte de Elazig.

Resposta à da Adivinha Geológica 4