Proteção da saúde contra efeitos da mudança climática esbarra em financiamento
Levantamento da Organização
Mundial da Saúde, OMS, mostra que apenas 25% dos países foram capazes de
colocar em prática estratégias para proteger saúde da população dos efeitos da
mudança climática; por outro lado, 77% das nações têm planos nacionais neste
sentido, mas não têm verbas.
Apenas 25% dos países que
participaram de uma análise da OMS conseguiram implementar ações para proteger
a saúde da população dos efeitos da mudança climática.
A agência da ONU explica que 77%
das nações avaliadas já desenvolveram ou estão a criar planos que unem saúde e
mudança climática. Mas a falta de financiamento impede que as estratégias sejam
de facto colocadas em prática.
Ponto focal
PATH - Profissional de saúde
examina crianças em Mkaka, no Malauí, para determinar se elas são elegíveis
para a vacina contra malária
Além de não terem dinheiro, os países citam também o impacto da Covid-19 e recursos humanos insuficientes para que as estratégias sejam implementadas.
A Pesquisa Global da OMS sobre
Saúde e Mudança Climática deste ano revela que 85% dos países já têm um ponto
focal para o assunto dentro do Ministério da Saúde. Além disso, quase todas as
nações pesquisadas incluíram a questão da saúde nas suas Contribuições
Nacionalmente Determinadas, CNDs.
Para a diretora de Meio Ambiente,
Mudança Climática e Saúde da OMS, a pesquisa mostra “que muitos países estão
despreparados e sem apoio para lidar com os impactos da mudança climática na
saúde”.
Poluição do ar
Foto: ADB/Ariel Javellana - Emissões
com a queima de carvão contribuem para a poluição em Ulaanbaatar, na Mongólia.
Maria Neira está na COP26, em Glasgow, para “garantir que juntos, os países possam fazer um trabalho melhor em proteger as pessoas das maiores ameaças à saúde humana”.
A especialista da OMS dá um
exemplo: quase 80% das mortes causadas pela poluição do ar poderiam ser
evitadas se os níveis atuais de poluição fossem reduzidos, seguindo as
recomendações da agência da ONU.
A pesquisa aponta ainda que
minorias étnicas, comunidades mais pobres, migrantes e deslocados internos,
idosos e muitas mulheres e crianças são os grupos que mais precisam de
proteção.
Aproximadamente metade dos países
reportaram que a pandemia de Covid-19 causou uma lentidão nos progressos de
combate à mudança climática, sendo que a situação continua a ameaçar a
capacidade das autoridades de saúde em planearem e se prepararem para os choques
climáticos.
Sem comentários:
Enviar um comentário