domingo, 2 de janeiro de 2022

Portugal tem metade das 24 reservas da biosfera em países de língua portuguesa

 

Portugal tem metade das 24 reservas da biosfera em países de língua portuguesa

ONU News

31 de dezembro de 2021 - Clima e Ambiente

© Unesco/Pedro Menezes
Reserva da Biosfera da Ilha de Porto Santo, em Portugal, combina áreas terrestres e marinhas.

Em busca de mais investimento para proteção e recuperação de reservas de biodiversidade, a Unesco marcou 50 anos do programa “o homem e a biosfera”; a iniciativa foi pioneira para preservação de áreas da natureza; neste ano, a agência celebrou criação de fundo para biodiversidade na COP15.

Em celebração dos 50 anos do programa “o homem e a biosfera”, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, promoveu durante todo o ano uma série de iniciativas em busca de mais aliados para proteger uma área de natureza equivalente ao tamanho da China.

São 714 reservas da biosfera, 161 geoparques e 252 sítios do Património Natural reconhecidos pela Unesco, que representam 6% da superfície do planeta. Iniciado em 1971, o programa foi pioneiro em traçar ações para preservação da biodiversidade.

© UNESCO/M & G Therin-Weise
Uma onça-pintada saindo da floresta, no Pantanal, Brasil

Lusofonia

Os países de língua portuguesa reúnem 24 áreas de reservas reconhecidas pela Unesco. Alguns desses sítios são destinos de turismo e todos reúnem uma larga diversidade de fauna e flora. 

Portugal é o país que mais possui reservas, com 12 áreas protegidas. Porto Santo, localizado no arquipélago da Madeira, foi o último a ingressar na lista, em 2020. De acordo com a Unesco, 15 tipos de flora encontrados só existem nesta reserva. 

O local também é a casa da foca mais rara do mundo, a foca-monge do Mediterrâneo, e a tartaruga marinha cabeçuda. 

A sua biodiversidade marinha continua a ser estudada. O turismo é o setor económico mais importante da ilha, com a sua população a quadruplicar durante a alta temporada. 

Em 2022, Portugal deve abrigar a 2ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, pedindo mais compromissos da comunidade internacional para lidar com as ameaças atuais.

Sibbr/José Sabino
Proteção da biodiversidade é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano.

Brasil

Já o Brasil reúne sete reservas, entre elas a Mata Atlântica. Ao lado do Cerrado, esses locais fazem parte da lista da Unesco desde 1993. Como parte das celebrações, a agência entrevistou o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, que recuperou uma área de Mata Atlântica e fundou o Instituto Terra. 

Falando em francês, Salgado conta que hoje, existem um pouco mais de três milhões de árvores, uma floresta recuperada e toda a biodiversidade. Até a onça pintada, espécie ameaçada na Mata Atlântica, está a voltar. 

Ele lembra que descobriu muitas coisas, como uma sequência lógica para plantar árvores, já que as primeiras a serem plantadas precisam ser bem escolhidas. 

Apenas 10% da vegetação original da Mata Atlântica foi mantida. A biosfera corta 17 estados brasileiros, com uma extensão de 3 mil quilómetros. Fica apenas atrás da área Amazónica, importante reserva brasileira.

A mais recente biosfera a entrar nessa lista, em 2017, é o cinturão verde nos arredores de São Paulo, a maior cidade do país. 

A inclusão tem o objetivo de fortalecer a preservação de inúmeros serviços ambientais do local, que garantem fontes seguras de água, estabilizam o clima e filtram o ar poluído.

África

Cabo Verde possui duas áreas de reserva: Fogo e Maio. As duas entraram na lista em 2020. Fogo é a mais jovem e única ilha com atividade vulcânica no sul do arquipélago e o seu ponto mais alto tem 2.829 metros. 

Já Maio é uma reserva principalmente marinha e o lar de várias espécies de tartarugas, peixes, aves e répteis. 

Um dos locais mais áridos de Cabo Verde, Maio possui belas praias que têm atraído um número crescente de turistas nos últimos anos. A maior parte da população da ilha, de cerca de 7 mil habitantes, vive da produção de milho, feijão, melão e sal, bem como do turismo.

Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau contam com uma reserva nos seus territórios. Os países africanos aumentam a lista de 86 áreas de preservação no continente. Elas reúnem diversidade em espécies da fauna e da flora.

Quirimbas, área de proteção moçambicana composta por 11 ilhas, é chamada pela Unesco de “santuário de pássaros”. O local abriga 3 mil espécies florais e uma rica fauna, incluindo elefantes, leões, búfalos e leopardos.

A Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe e o arquipélago Boloma Bijagós, na Guiné-Bissau, também são reservas reconhecidas pela Unesco.

Unesco/Reserva da Biosfera das Quirimbas, Moçambique.
Reserva Quirimbas em Moçambique.

Financiamento

Além das importantes discussões sobre o clima em 2021, durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP26, a 15ª Convenção de Diversidade Biológica, COP15, adotou a Declaração de Kunming.

A criação de um fundo para biodiversidade deve possibilitar a implementação de ações para proteção e recuperação de ecossistemas. 

O governo chinês comprometeu-se com ¥ 1,5 bilhão, aproximadamente US$ 230 milhões. 

Outros países foram convidados a contribuir e o Japão anunciou a ampliação de seu Fundo de Biodiversidade em aproximadamente US$ 17 milhões.

A União Europeia, Reino Unido e uma coligação de instituições financeiras também se comprometeram em proteger e restaurar a biodiversidade por meio de suas atividades e investimentos.

Retirado de https://news.un.org/pt/story/2021/12/1774842?utm_source=ONU+News+-+Newsletter&utm_campaign=cefc915966-EMAIL_CAMPAIGN_2022_01_01_01_00&utm_medium=email&utm_term=0_98793f891c-cefc915966-107783233




Sem comentários:

Enviar um comentário

Resposta à da Adivinha Geológica 4