FAO alerta sobre degradação de um terço dos solos do planeta
O Brasil pode baixar a produção de trigo e café; relatório
enfatiza a pressão do aumento populacional sobre a terra e os recursos
hídricos; dois terços de pessoas devem habitar em vilas e cidades em 2050;
crescimento deve impactar a saúde, com questões como desnutrição, obesidade e
deficiências de micronutrientes.
A Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação, FAO, destaca que cerca de 33% do solo a nível
global está moderada ou altamente degradado.
A agência publicou o relatório a
Situação Mundial da Terra e dos Recursos Hídricos para Alimentos e Agricultura
- Sistemas em ponto de rutura.
Brasil
O único país lusófono mencionado
é o Brasil, ocupando a terceira posição entre as cinco áreas com maior área
florestal. Com 491 milhões de hectares registados em 2020, o país vem depois do
total do resto do mundo e da Rússia.
O Brasil também é citado pelo
aumento de terras agrícolas que vêm sendo concentradas por grandes fazendeiros
de economias de renda mais alta. O mesmo ocorre nos Estados Unidos, e na
maioria das nações europeias, exceto em Espanha.
Nas terras brasileiras deve haver
uma redução da produção do trigo de sequeiro, seguindo a tendência da África
Central, Ásia Central e Índia.
A produção do café brasileiro
também poderá baixar como consequência do aumento das temperaturas globais. O
fenómeno poderá afetar de forma adversa a safra comercial tradicional.
Crescimento urbano
As áreas urbanas ocupavam menos
de 0,5% da superfície terrestre em 2000. A FAO prevê que dois terços dos
habitantes da terra ocupem vilas e cidades em 2050. O maior crescimento será em
países menos desenvolvidos na África e na Ásia.
Moradores de áreas urbanas
consomem mais alimentos processados, que podem dominar as dietas urbanas e
resultar em graves efeitos na saúde, incluindo desnutrição, obesidade e
deficiências de micronutrientes.
O rápido crescimento das cidades
vem tendo um impacto significativo sobre a terra e os recursos hídricos,
invadindo terras agrícolas de boa qualidade.
O documento refere ainda que a
agricultura de sequeiro produz 60% dos alimentos do mundo, ocupando 80% das
terras cultivadas. Já a irrigada produz 40% em 20% da terra.
Carbono, nutrientes e água
Outra questão destacada no
relatório é o impacto da erosão do solo, que arrasta entre 20 e 37 bilhões de
toneladas da camada superior do recurso anualmente.
Esta situação reduz o rendimento
das lavouras e a capacidade do solo de armazenar e reciclar carbono, nutrientes
e água.
As perdas anuais observadas na
produção de cereais devido à erosão são estimadas em 7,6 milhões de toneladas.
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