O blogue Hora da Terra - HT - é um blogue promotor de informação na área da Biologia e da Geologia. É uma iniciativa da professora Carla Corceiro de Ciências Naturais da ESCOLA BÁSICA ANTÓNIO GEDEÃO do Agrupamento de Escolas a Sudoeste de Odivelas. O HT pretende dar a conhecer notícias da atualidade biogeológica e divulgar o boletim biogeológico da escola, assim como uma série de atividades que se realizam ao longo do ano letivo pelo Clube de Geologia "Hora da Terra".
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
COP26: transporte livre de combustíveis fósseis e propostas para texto final
COP26: transporte livre de combustíveis fósseis e propostas para texto final
Setor de transportes,
responsável por 25% das emissões globais, apresenta soluções para um futuro
mais sustentável; revitalização exige investimento em formas alternativas de
transporte coletivo e combustíveis; primeiro esboço de decisões da COP26 pede
mais engajamento nacional; ONGs relatam frustração e destacam excesso de
palavras versus poucas ações efetivas.
Com a 26ª. Conferência da ONU
sobre Mudança Climática, COP26, a entrar na reta final, os temas desta
quarta-feira (10/11/21) foram a proposta inicial de decisão e os debates sobre
meios de transportes mais sustentáveis.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC, os meios de transportes geram quase um quarto de todas as emissões de gás de efeito estufa.
E segundo o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, este é um setor quase inteiramente
dependente de combustíveis fósseis. A quantidade de emissões mais que dobrou
desde a década de 70. E os veículos são responsáveis por cerca de 80% desse
aumento.
A ONU News conversou com o
representante da ONG 350.org, Peri Dias, que está em Glasgow. Ele explica que a
implementação de ações sustentáveis vai além da mudança da fonte energética.
“Nós estamos a falar de mais e
melhores linhas de autocarros, linhas de comboio e metro nas cidades, nós
estamos a falar de transporte entre as cidades mais eficientes, por meio de
trilhos, por exemplo. Nós estamos a falar de estímulo ao uso de bicicleta, a
caminhada, ao deslocamento a pé. Tudo isso é fundamental e envolve uma
discussão e ações que não dizem respeito somente à tecnologia, mas que dizem
respeito ao tipo de cidade que nós queremos, o tipo de sociedade que nós
queremos construir”
Peri Dias afirma que a mudança de
hábitos de locomoção, especialmente nas cidades, além de ajudar no combate ao
aquecimento global ainda pode tornar o trajeto mais agradável.
“Nós temos a oportunidade de
construir cidades e sociedades mais inclusivas, mais justas, mas agradáveis
até. É bom nós podermos nos locomover de uma maneira agradável também ao invés
de ficar preso no trânsito. É nisso que nós temos que pensar quando se pensa em
aquecimento global. E sim, limitar os combustíveis fósseis é essencial. Sem
limitar o uso de petróleo, gás e carvão e seus derivados nós nunca vamos chegar
à limitação do aquecimento que nós precisamos que é de 1 grau e meio”.
Fim dos combustíveis fósseis
Um mundo livre de transportes
movidos a combustíveis fósseis pode estar a aproximar-se.
De acordo com debates desta
quarta-feira, veículos elétricos, navios de transporte que usam apenas combustíveis
sustentáveis e aviões que voam com hidrogénio verde podem sair do universo da
ficção em breve, já que muitos governos e empresas relataram estar a investir
para que se tornem realidade.
Mais de 100 governos nacionais,
cidades, estados e grandes empresas assinaram a Declaração de Glasgow sobre
Carros e Autocarros de Emissão Zero. Prevê-se encerrar a venda de motores de
combustão interna até 2035 nos principais mercados e em 2040 em todo o mundo.
Pelo menos 13 nações também se comprometeram a acabar com a venda de veículos
pesados movidos a combustíveis fósseis até 2040.
Salvador
Esforços locais também estão em
andamento, como em cidades latino-americanas, incluindo Bogotá, na Colômbia,
Cuenca, no Equador, e Salvador, no Brasil, com o objetivo de emissão zero da
frota do transporte público até 2035.
“A mensagem para os decisores
políticos é: Precisamos de ter certeza de que começamos a normalizar que, em
2035, devemos parar de vender carros a gasolina e diesel. Para autocarros, será
antes de 2030; o camião pesado, pode levar algum tempo, 2040. A questão é um
calendário sobre opções de emissão zero em todos os segmentos”, disse Monica
Araya da iniciativa global Drive Electric Campaign.
Monica Araya deixou claro que,
durante a transição, os países em desenvolvimento não devem se tornar lixeira
para a tecnologia antiga dos mais ricos e, em vez disso, devem ser vistos como
motores de mudanças transformacionais.
“Eu cresci na Costa Rica. Eu lembro-me
de ir para a escola num autocarro importado dos Estados Unidos. Essa
experiência moldou muito o meu pensamento sobre essa transição. Sei que, por um
lado, temos que nos certificar de que transformamos os grandes mercados que
produzem camiões, autocarros, automóveis, (mas também) temos que ativar
mudanças nesses mercados para que haja um efeito em cascata”, explicou.
Transporte marítimo mais verde
O setor de transporte marítimo
também se movimentou hoje, com 200 empresas de toda a cadeia de valor que se
comprometeram a dimensionar e comercializar navios e combustíveis com emissão
zero até 2030. Eles também pediram aos governos que implementem os regulamentos
e a infraestrutura necessária para permitir uma transição justa até 2050.
Enquanto isso, 19 países
assinaram a Declaração de Clydebank para apoiar o estabelecimento de rotas
marítimas de livres de emissões. Isso significa criar pelo menos seis
corredores de emissão zero até meados desta década e os demais em operação até 2030.
“Existem cerca de 50 mil navios
mercantes no mundo, por isso é uma grande tarefa, e acho que diferentes partes
do transporte marítimo devem movimentar-se em ritmos diferentes. Portanto, ter
o compromisso da Declaração de Clydebank para rotas verdes permite que os
pioneiros experimentem e provem a tecnologia e, em seguida, reduzam os custos,
criem a política, habilitem os ecossistemas que são necessários e, então,
outros podem aprender com isso e então seguir”, afirmou a representante da ONU
para Mudança Climática, Katharine Palmer, em entrevista à ONU News.
Esses “corredores verdes”
significam que os navios que transportam mercadorias em todo o mundo viajariam
sem usar combustíveis de hidrocarbonetos e, em vez disso, usariam combustíveis
derivados de hidrogénio verde, gerado por energia renovável, eletricidade e
outras opções sustentáveis.
“Também inclui o envolvimento com
produtores de energia para que eles possam produzir combustível sustentável suficiente.
Uma colaboração público-privada com os governos [também será necessária] para
estabelecer a legislação necessária”, acrescentou a especialista.
Nove grandes marcas, incluindo
Amazon, Ikea, Michelin, Unilever e Patagonia anunciaram que até 2040, planeiam
transferir 100% de seu frete marítimo para navios movidos a carbono zero.
O desafio da aviação
A indústria de aviação e grandes
clientes corporativos também anunciaram uma atualização da sua Coligação “Clean
Skies for Tomorrow” (“Céus Azuis para o Amanhã”, em tradução livre), cuja
missão é acelerar a adesão de combustíveis sustentáveis na aviação. Até agora,
80 signatários comprometeram-se a aumentar o uso de combustível verde para 10%
da demanda global até 2030.
Os “combustíveis verdes” são
produzidos a partir de matérias-primas sustentáveis, como óleo de cozinha, óleo
de palma e resíduos sólidos e são muito semelhantes em química ao combustível
fóssil tradicionalmente usado na aviação.
Se alcançado, isso reduzirá as
emissões de dióxido de carbono em 60 milhões de toneladas por ano e proporcionará
cerca de 300 mil empregos.
Sobre a energia solar ou
elétrica, chefe de aviação do Fórum Económico Mundial, Lauren Uppink, afirma
que essas fontes de energia podem ser utilizadas em voos curtos no futuro.
“Haverá uma pequena parte da
demanda de energia que contará com novas tecnologias como hidrogénio e bateria,
mas longas rotas não são viáveis. Portanto, os combustíveis sustentáveis são
nossa única solução para descarbonizar e voar com emissões neutras de carbono”,
disse em entrevista à ONU News.
A especialista também anunciou
que os primeiros aviões elétricos e movidos a hidrogénio possivelmente
começarão a ser implantados em 2030. Ela adicionou que a transição da indústria
também pode gerar milhares de empregos verdes nos países em desenvolvimento.
Mais ambição, por favor
Além dos transportes, a outra
grande notícia da conferência foi a publicação da proposta inicial de decisão
da COP26 pela Presidência. O documento final deve ser divulgado no fecho da
conferência, nesta sexta-feira (12/11/2021).
Pela primeira vez, o texto
incluiu a menção de ‘perdas e danos’ e um apelo pelo fim dos subsídios aos
combustíveis fósseis.
O esboço do documento ainda pede
aos países que reforcem os seus compromissos nacionais e apresentem as suas
estratégias para eliminar as emissões de gases de efeito estufa, permitindo
manter a meta de aquecimento em até 1.5 grau Celsius.
“Os olhos do mundo estão muito
voltados para nós. Portanto, peço que vocês estejam à altura do desafio”, disse
o presidente da COP26, Alok Sharma, aos negociadores durante uma plenária
informal.
“Todos aceleramos o ritmo esta
semana e ainda tenho a intenção de terminar a COP26 no final da sexta-feira,
esta sexta-feira para maior clareza!” disse, provocando risos nervosos na sala,
já que as negociações da COP26 são conhecidas por se estenderem além de seu dia
oficial.
No final do dia, Sharma disse aos
jornalistas que o texto, redigido pelo seu escritório, mudará e evoluirá à
medida que os países começarem a se envolver nos detalhes, mas o compromisso de
acelerar a ação nesta década deve ser “inabalável”.
“Quero ser claro: não pretendemos
reabrir o Acordo de Paris. O Acordo de Paris estabelece claramente a meta de
temperatura bem abaixo de 2 graus e busca esforços para 1.5 grau”, disse,
acrescentando que a Presidência tem como objetivo traçar um caminho através dos
três pilares principais de Paris: finanças, adaptação e mitigação.
Ele disse que chegar à versão
final do texto seria uma tarefa “desafiadora”, mas ressaltou que há muito risco
se um resultado ambicioso não for alcançado. “Todo o mundo sabe o que está em
jogo nesta negociação. O que concordarmos em Glasgow definirá o futuro de
nossos filhos e netos, e sabemos que ninguém quer dececioná-los”, disse.
Sharma citou as palavras da
Primeira-Ministra de Barbados, Mia Motley, na semana passada: “Dois graus para
o seu país e muitos outros é uma sentença de morte”.
“Estamos a lutar com unhas e
dentes para ter um resultado ambicioso, e lembrei aos negociadores que os
líderes mundiais estabeleceram ambições na semana passada e precisamos cumprir.
[Se isso não acontecer] os negociadores e líderes mundiais terão que olhar as
pessoas em seus países e em outros países e explicar por que não conseguimos”,
ressaltou.
Sociedade civil
Membros da ONG Climate Action
Network disseram que receberam bem a primeira menção de “perdas e danos”,
reconhecendo que as comunidades que lidam com os desafios de reconstrução e
recuperação após desastres climáticos precisam do apoio do mundo, mas disseram
que as palavras do texto eram apenas “bonitinhas”.
“No final das contas, eles não
farão diferença para as comunidades, para os pequenos agricultores, para as
mulheres e meninas no Sul Global. Este texto ainda não fará nada por aqueles
que foram mais atingidos por enchentes fatais, ciclones, secas, aumento do
nível do mar”, disse a coordenadora de Política Climática da Actionaid
Internacional, Teresa Anderson.
Ela adicionou que o texto é uma
“retórica vazia” e que chamar a situação de “urgente” não significa nada sem um
compromisso real com a ação.
Emissões
“Se a COP26 não combinar o seu
reconhecimento de urgência com uma ação real para enfrentá-la, para atender às
necessidades das pessoas na linha de frente da crise, então será em vão. Um
texto que cria a ilusão de ação é sem dúvida pior do que nenhum texto”,
declarou. Ela acrescentou que as pessoas do mundo estão cansadas de
“fingimento” e de “líderes inertes enquanto a devastação está a vir na nossa
direção”.
Teresa Anderson ainda afirmou que
os líderes mundiais precisam eliminar todos os combustíveis fósseis, não apenas
o carvão. Ela também citou que é necessário reconhecer a equidade, exigindo
mais dos maiores poluidores e vinculando o apelo à ação, com o financiamento
dos países em desenvolvimento.
Finalmente, ela disse que as promessas de emissão zero são um mito usado por poluidores e governos para atrair as pessoas a uma falsa sensação de segurança de que a crise climática está a ser tratada.
Planeta
“Se arriscarmos tentar ir além da
superfície da meta de emissão zero, provavelmente procuraremos em vão por uma
transformação sistémica radical em energia, alimentos, transporte e sistemas
industriais que são urgentemente necessários para garantir um planeta
habitável”, disse.
A ativista ainda disse que, com o
rascunho do documento final, os líderes estão ‘ainda nos dececionam” com
palavras vazias que não nos estão a levar a atender o “enorme desafio que a
humanidade enfrenta”.
“Onde está o apoio para ajudar as
pessoas forçadas a recolher os cacos dos desastres climáticos? Onde está a ação
para atender toda esta urgência? Onde estão os compromissos para limitar o
aquecimento global ou apoiar o financiamento do clima?”, concluiu.
Também hoje, Greta Thunberg e
outros jovens ativistas anunciaram no Twitter que enviaram uma carta às Nações
Unidas a apresentar uma petição legal ao secretário-geral António Guterres,
pedindo que ele declare emergência climática, o que permitiria o envio de
recursos e pessoal para os países mais suscetíveis aos desastres da mudança
climática.
VAMOS FALAR DE GEOLOGIA - CONVERSAS COM O PROFESSOR GALOPIM
VAMOS FALAR DE GEOLOGIA - CONVERSAS COM O PROFESSOR GALOPIM
PROGRAMA
23 de outubro
Geologia e cidadania
A história da Terra e da vida, envolve conhecimentos que devem interessar ao cidadão, não só para que se saiba situar no todo natural e, assim, compreender e abraçar os problemas de defesa do ambiente e da conservação da Natureza, mas também, para poder participar conscientemente nas decisões dos políticos, em sectores que dizem respeito à qualidade de vida material e intelectual da sua geração e da dos vindouros.
30 de outubro
O granito na ciência e na cultura
Granito é um nome antigo, que toda a gente conhece e sabe dizer, de cor, que é uma rocha formada por quartzo, feldspato e mica”, mas é mais do que isso. Surgido no século XVI, designa o conjunto das rochas mais abundantes nos continentes e da maior importância, quer no campo científico quer no da vida dos povos.
6 de novembro
Geologia e sociedade
É neste “planeta azul” que, desde sempre, reside tudo o que temos: o ar que respiramos, a água que bebemos, o chão que pisamos e nos dá o pão, as rochas e os minerais de que necessitamos. E só com isto que, por ora, contamos para viver. É, pois, fundamental conhecer melhor esta "nossa casa” e, aqui, a geologia tem papel fundamental, papel que sempre condicionou a sociedade.
A energia que nos vem do Sol
Numa muito simples abordagem, alude-se, não só à energia que aquece diretamente tudo o que fica exposto ao Sol ou à que se concentra nos painéis fotovoltaicos da modernidade, mas também à que se liberta na combustão da lenha, dos carvões, dos derivados do petróleo, do gás natural e à que nos chega a casa, vinda das barragens hidroelétricas. Alude-se, ainda, à energia despendida no trabalho físico dos animais ao nosso serviço e ao nosso próprio trabalho intelectual.
20 de novembro
O chão que nos dá o pão. Uma conversa sobre solos
Expostas aos agentes atmosféricos as rochas sofrem meteorização. Forma-se, assim, o manto ou capa de alteração. Sempre que esse manto permite a ocupação vegetal e com ela todo um cortejo de seres vivos e de matéria orgânica, tem lugar a formação do solo. O solo nasce, assim, como um corpo natural, complexo e dinâmico, constituído por elementos minerais e orgânicos. Tem vida vegetal e animal própria, está sujeito à circulação da água e do ar e funciona como recetor e redistribuidor de energia.
27 de novembro
Tectónica de placas, uma história que vem de longe
Se representarmos um ano por um degrau, temos de subir mais de 2260 degraus para chegarmos ao conhecimento que hoje temos sobre a tectónica de placas.
De Eratóstenes, o astrónomo grego, da Antiguidade, aos geólogos e geofísicos dos anos 60 do século passado, por Ortel, Snider-Pellegrini, Suees, Wegener e tantos outros, esta fabulosa teoria, não só globalizou as ciências que estudam a Terra, como explica de maneira integrada muitos dos seus capítulos.
4 de dezembro
Vamos falar de vulcões, uma introdução ao vulcanismo
Expressões visíveis do magmatismo terrestre, os vulcões, uns ativos outros mortos ou adormecidos, acompanham a história da humanidade, muitas vezes com efeitos trágicos. Diferentes uns dos outros na forma e no tipo de atividade, o seu estudo, ao longo de séculos, deu nascimento a um vasto e complexo capítulo da geologia.
11 de dezembro
Vulcanismo e tectónica de placas
A par das diversas manifestações do movimento relativo das placas litosféricas (nascimento e alastramento dos oceanos, elevação das montanhas e sismos) o vulcanismo tem lugar, sobretudo nas fronteiras de placas divergentes, ou seja, nos riftes, e nas das placas convergentes, ou seja, nas zonas de subducção. dois tipos de ambiente tectónico que determinam atividades próprias e diferentes litologias a que dão nascimento.
Hora: 18h00
Lotação: 50 participantes
Link ZOOM apenas fornecido aos inscritos
LOTAÇÃO ESGOTADA EM TODAS AS SESSÕES
Assista em direto no YouTube do MUHNAC
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
FAO: Desenvolvimento sustentável nas indústrias de sementes é vital
FAO: Desenvolvimento sustentável nas indústrias de sementes é vital
Unidades são chave para o
incremento de 50% na produção agrícola, afirma Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação, FAO; o aumento no volume é necessário para
alimentar a crescente população mundial, estimada em 10 biliões até 2050
A Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação, FAO, reuniu líderes na Conferência Global sobre
Desenvolvimento Verde das Indústrias de Sementes para discutir a produção de
alimentos de forma sustentável.
De acordo com a FAO, os
agricultores devem ter acesso a sementes resistentes, principalmente com a
mudança climática, para garantir o aumento em 50% na produção de alimentos. O
volume adicional será necessário para alimentar uma população que poderá chegar
a 10 biliões de pessoas até 2050.
Banco Mundial/Quy-Toan Do - Aumento
no volume é necessário para alimentar a crescente população mundial, estimada
em 10 bilhões até 2050
Sementes e agricultura verde
O diretor-geral da FAO, Qu
Dongyu, afirmou que a única maneira de atingir essa meta é aumentar a
produtividade da safra por meio da ciência e da inovação.
Ele acrescentou que não há boas
colheitas sem sementes de qualidade, já que elas são a base dos sistemas
agroalimentares. Qu Dongyu lembrou que contamos com grãos para produzir alimentos,
rações, fibras e combustível.
O líder da FAO também destacou
que a agricultura verde é resiliente ao clima, apoiada pela inovação para
garantir que os sistemas alimentares possam aumentar os seus benefícios, ao
mesmo tempo em que emitem menos gases de efeito estufa, é fundamental para a
sustentabilidade.
Pnud Lebanon/Dalia Khamissy - Uma
cooperativista síria planta sementes no viveiro de agricultores em Akkar, no
norte do Líbano
Prioridades
A Conferência é a terceira de uma
série que teve início em 1999 no Reino Unido. A segunda edição, em 2009, foi
recebida na sede da FAO, em Roma. O evento concentra-se em quatro prioridades.
Entre os objetivos está aumentar
a consciencialização sobre as contribuições das indústrias de sementes para a
inovação verde e produção agrícola sustentável, promover cooperação entre
setores e partilha de conhecimento e informação.
O grupo também busca compromisso
na mobilização de recursos científicos, técnicos e financeiros para fortalecer
os sistemas de sementes e encorajar debates construtivos sobre inovação,
pesquisa e desenvolvimento, vistos como os principais motores para melhorar as
variedades de culturas.
Agenda 2030
O diretor-geral da FAO lembrou
que temos “apenas nove colheitas pela frente antes de alcançarmos a Agenda
2030” e que a FAO está empenhada em aproveitar o impulso gerado pelo evento
para transformar as evidências fornecidas em ações.
Ele reforçou que os governos são
fundamentais para erradicar a fome e devem lançar ações nacionais de sementes
para fortalecer a cadeia de valor do setor.
Qu Dongyu reforçou o apoio da
entidade às lideranças nacionais no desenvolvimento e implementação de
políticas, regulamentos e leis para criar previsibilidade e fomentar a
confiança nos sistemas de sementes, acrescentou.
Proteção da saúde contra efeitos da mudança climática esbarra em financiamento
Proteção da saúde contra efeitos da mudança climática esbarra em financiamento
Levantamento da Organização
Mundial da Saúde, OMS, mostra que apenas 25% dos países foram capazes de
colocar em prática estratégias para proteger saúde da população dos efeitos da
mudança climática; por outro lado, 77% das nações têm planos nacionais neste
sentido, mas não têm verbas.
Apenas 25% dos países que
participaram de uma análise da OMS conseguiram implementar ações para proteger
a saúde da população dos efeitos da mudança climática.
A agência da ONU explica que 77%
das nações avaliadas já desenvolveram ou estão a criar planos que unem saúde e
mudança climática. Mas a falta de financiamento impede que as estratégias sejam
de facto colocadas em prática.
Ponto focal
PATH - Profissional de saúde
examina crianças em Mkaka, no Malauí, para determinar se elas são elegíveis
para a vacina contra malária
Além de não terem dinheiro, os países citam também o impacto da Covid-19 e recursos humanos insuficientes para que as estratégias sejam implementadas.
A Pesquisa Global da OMS sobre
Saúde e Mudança Climática deste ano revela que 85% dos países já têm um ponto
focal para o assunto dentro do Ministério da Saúde. Além disso, quase todas as
nações pesquisadas incluíram a questão da saúde nas suas Contribuições
Nacionalmente Determinadas, CNDs.
Para a diretora de Meio Ambiente,
Mudança Climática e Saúde da OMS, a pesquisa mostra “que muitos países estão
despreparados e sem apoio para lidar com os impactos da mudança climática na
saúde”.
Poluição do ar
Foto: ADB/Ariel Javellana - Emissões
com a queima de carvão contribuem para a poluição em Ulaanbaatar, na Mongólia.
Maria Neira está na COP26, em Glasgow, para “garantir que juntos, os países possam fazer um trabalho melhor em proteger as pessoas das maiores ameaças à saúde humana”.
A especialista da OMS dá um
exemplo: quase 80% das mortes causadas pela poluição do ar poderiam ser
evitadas se os níveis atuais de poluição fossem reduzidos, seguindo as
recomendações da agência da ONU.
A pesquisa aponta ainda que
minorias étnicas, comunidades mais pobres, migrantes e deslocados internos,
idosos e muitas mulheres e crianças são os grupos que mais precisam de
proteção.
Aproximadamente metade dos países
reportaram que a pandemia de Covid-19 causou uma lentidão nos progressos de
combate à mudança climática, sendo que a situação continua a ameaçar a
capacidade das autoridades de saúde em planearem e se prepararem para os choques
climáticos.
Comemoração do 45º aniversário da APG: Mudanças Climáticas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: o papel fundamental das Geociências (Mesa Redonda Virtual )
Comemoração do 45º aniversário da APG: Mudanças Climáticas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: o papel fundamental das Geociências (Mesa Redonda Virtual )
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