Sobre os sismos sentidos em Portugal no mês de
março, o professor de Ciências ULisboa, João C. Duarte, escreveu um artigo no
jornal Público
"Ouve-se muito por aí que é bom haver muitos
sismos pequenos, porque estes libertam tensões e evitam os sismos grandes. Será
que isto é verdade?
Infelizmente, haver muitos sismos pequenos é
relativamente irrelevante no que respeita à ocorrência de sismos grandes. Isto
é facilmente compreendido se tivermos em conta que a escala de magnitudes é uma
escala logarítmica. Por exemplo, um sismo de magnitude 2 é 30 vezes mais forte
(em termos de energia libertada) do que um sismo de magnitude 1. Um sismo de
magnitude 4 é cerca de 30 mil vezes mais forte do que um sismo de magnitude 1.
E um sismo de magnitude 8 é 30 mil milhões de vezes mais forte do que um sismo
de magnitude 1! Isto quer dizer que precisaríamos de 30 mil milhões de sismos
de magnitude 1 para libertar a energia correspondente a um sismo de magnitude
8. Por outras palavras, a energia libertada por um sismo de magnitude 1 é cerca
de 0,0000000001 % da energia libertada por um sismo de magnitude 8."
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