domingo, 11 de abril de 2021

 

Sobre os sismos sentidos em Portugal no mês de março, o professor de Ciências ULisboa, João C. Duarte, escreveu um artigo no jornal Público


"Ouve-se muito por aí que é bom haver muitos sismos pequenos, porque estes libertam tensões e evitam os sismos grandes. Será que isto é verdade?

Infelizmente, haver muitos sismos pequenos é relativamente irrelevante no que respeita à ocorrência de sismos grandes. Isto é facilmente compreendido se tivermos em conta que a escala de magnitudes é uma escala logarítmica. Por exemplo, um sismo de magnitude 2 é 30 vezes mais forte (em termos de energia libertada) do que um sismo de magnitude 1. Um sismo de magnitude 4 é cerca de 30 mil vezes mais forte do que um sismo de magnitude 1. E um sismo de magnitude 8 é 30 mil milhões de vezes mais forte do que um sismo de magnitude 1! Isto quer dizer que precisaríamos de 30 mil milhões de sismos de magnitude 1 para libertar a energia correspondente a um sismo de magnitude 8. Por outras palavras, a energia libertada por um sismo de magnitude 1 é cerca de 0,0000000001 % da energia libertada por um sismo de magnitude 8."

Professor de Ciências ULisboa, João C. Duarte



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