Mais de mil sismos este mês nos Açores, mas situação não é anormal
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Crise sísmica no arquipélago açoriano começou a 3 de novembro, numa zona relativamente distante da ilha do Faial.
Lusa, 13 de novembro de 2019, 20:51
Ilha do Faial, Açores MANUEL ROBERTO
Mais de mil
sismos já foram registados perto do Faial, nos Açores, desde o início do mês de
Novembro, mas esta não é, contudo, uma “situação anormal”, afirmou o presidente
do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
“Neste momento,
já passámos um milhar, mais de mil eventos registados. É uma zona [ao largo do
Faial] que com alguma recorrência tem incrementos da atividade sísmica. Só este
ano, 2019, este corresponde ao terceiro incremento da atividade sísmica neste
setor. Não estamos a experienciar, com este incremento da atividade, algo que é
diferente ou raro de acontecer”, assinalou Rui Marques. Em declarações à
agência Lusa, o investigador apontou que esta não é uma situação “anormal”,
tendo em conta que acontece “periodicamente”.
O presidente
do CIVISA disse
ainda que o início desta “crise sísmica” ocorreu a 3 de novembro, por volta das
16h locais (menos uma hora que em Portugal Continental), numa zona identificada
como “sismogénica” situada num comprimento de 25 a 35 quilómetros a oeste da
ilha do Faial.
“Temos duas
características diferenciadoras nesta crise sísmica. Por um lado, o número de
eventos num tão curto intervalo de tempo, por outro o número de eventos que foi
sentido pela população até ao momento, que são 19”, afirmou Rui Marques.
O presidente
do CIVISA frisou ainda que os Açores, por se situarem numa junção tripla das
placas tectónicas – entre a placa euroasiática, norte-americana e africana -
“Quem acompanha periodicamente o mapa de sismicidade que disponibilizamos à
população, se for uma pessoa mais atenta, vai percebendo que, de quando em vez,
vão havendo algumas zonas do arquipélago que têm mais atividade. Neste momento,
esta zona ao largo do Faial é a zona com mais atividade.”
Rui Marques
apela à população para manter a “serenidade” - “As pessoas devem manter a
serenidade, fazer a sua vida normal e estar atentas às informações oficiais.
Esta crise sísmica está a ocorrer relativamente distante da ilha do Faial, não
estamos a falar numa crise sísmica próxima da ilha.”
O presidente
do CIVISA destacou ainda que não é possível avançar com uma data para o fim da
crise sísmica porque é “extremamente imprevisível”: “É impossível prever se vai
acabar daqui a dois dias ou dois meses.”
Durante este
período, o sismo mais intenso ocorreu a 5 de novembro, teve magnitude de 4,4 na
escala de Richter e foi sentido nas três ilhas do triângulo: Faial, Pico e São
Jorge. Este sismo de magnitude 4,4 foi classificado com a intensidade de IV
(segundo a escala de Mercalli modificada, que vai de I a XII, aumentando
conforme o grau de intensidade) nas freguesias de Matriz, Angústias, Conceição
e Ribeirinha, concelho de Horta (ilha do Faial), e nas freguesias de Santo
António e São Roque do Pico, concelho de São Roque do Pico (ilha do Pico).
Os sismos
são classificados segundo a magnitude, de acordo com a escala de Richter, como
micro (menos de 2,0), muito pequeno (2,0-2,9), pequeno (3,0-3,9), ligeiro
(4,0-4,9), moderado (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grande (7,0-7,9), importante
(8,0-8,9), excecional (9,0-9,9) e extremo (quando superior a 10).
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